Câmara de Vila Franca garante que escola da Castanheira é segura
Presidente da Junta de Freguesia discorda e exige soluções
Estudo da Universidade de Coimbra revela que patologias detectadas na Escola do 1º ciclo do Ensino Básico e Jardim de Infância de Castanheira do Ribatejo “não apresentam risco para os utilizadores”.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira garante que os problemas detectados na Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico e Jardim de Infância de Castanheira do Ribatejo, como rachas e desníveis do solo, não apresentam perigo para os que a frequentam. Os responsáveis camarários esclarecem que, em Julho de 2008,o Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências de Construção da Universidade de Coimbra, desenvolveu um Relatório Técnico de Análise às patologias da EB 0,1 de Castanheira do Ribatejo, no qual refere que “as patologias encontradas na Escola e Arranjos Exteriores não apresentam qualquer risco para os seus utilizadores”.Segundo o mesmo relatório o facto de a Construtora João Salvador ter desviado o leito do rio e as margens do mesmo se encontrarem quase no limite da escola “não tem relação causa/efeito nas patologias em causa. As patologias identificadas devem-se, essencialmente, às condições de execução dos aterros, com reflexo nos pavimentos exteriores”.A câmara responsabiliza por isso a empresa construtora, que deveria avançar com a reparação das deficiências de construção dentro do edifício escolar e efectuar as reparações no exterior da escola após uma avaliação dos assentamentos.Opinião diferente tem o presidente da Junta de Freguesia de Castanheira, Ventura Reis. “Mantemo-nos preocupados porque a alteração do leito do rio vai fazer com que às primeiras chuvadas as terras e pedras que estão soltas venham parar à baixa da Castanheira”, alerta. Ventura Reis acrescenta ainda que depois do alerta da Junta de Freguesia e da Associação de Pais para o estado em que a escola se encontrava foi feita uma intervenção, mas a mesma foi insuficiente. “A intervenção de fundo nunca foi feita”, acusa. Segundo afirma o presidente “com o Inverno e com a chuva intensa, as águas sobem e vão escavar aquelas terras do leito do rio que fazem limite com as traseiras da escola. É urgente fazer com que o rio volte ao seu local natural e que seja reforçada a margem do rio que dá para a escola, que neste momento é muito reduzida. Esperamos que não esteja à vista uma catástrofe eminente”, avisa.Já Carlos Teixeira, presidente da Comissão de Pais, rejeita alarmismos e prefere deixar o comentário oficial para depois da reunião com o vereador responsável pelo Pelouro. Carlos Teixeira também tem uma filha a estudar na escola da Castanheira e por isso tem interesse em ver esta situação esclarecida. “As pessoas estão mal informadas”, refere. “Não foi por mudar o leito do rio que a escola apresentou problemas, mas sim devido à má consolidação de terras. A escola está assente sobre estacas e o que abalou o terreno foram as trepidações do movimento das máquinas [da Construtora João Salvador]”, explica.Entretanto a empresa de construção civil João Salvador, de Tomar, responsável pela mudança de curso do rio, entrou em processo de insolvência em Setembro deste ano, depois de apresentar um passivo da ordem dos 17 milhões de euros.Apesar de não querer fazer comentários, Carlos Teixeira vai dizendo que concorda que não se devia encostar o leito do rio à escola e lembra o velho ditado: “Água mole em pedra dura…”.
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