A actividade da Entidade de Turismo de Leiria/Fátima tem-se limitado ao pagamento dos salários dos funcionários e mesmo assim tem tido dificuldades. Os cortes sucessivos nas transferências do Estado desde 2008 fizeram com que no mês passado, no dia 23, não houvesse dinheiro para pagar os vencimentos dos 17 trabalhadores administrativos e dos postos de turismo. A situação só ficou resolvida no dia 4 de Agosto quando o Turismo de Portugal transferiu uma das quatro tranches do orçamento anual. A asfixia financeira da entidade levou a nova direcção a implementar medidas de contenção. Para reduzir custos, a direcção liderada pelo presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca (PS), está a negociar com as câmaras municipais um protocolo para que sejam estas a assumir as despesas com os postos de turismo. O carro que estava distribuído ao anterior presidente, David Catarino (PSD), ex-presidente da mesma câmara municipal, está parado na garagem e os telemóveis para uso dos dirigentes foram desactivados. Em Ourém Paulo Fonseca pretende desactivar o posto de turismo e passá-lo para a galeria municipal. A funcionária deste posto passa a trabalhar em conjunto com a da galeria, ficando sempre uma disponível para fazer visitas guiadas sem haver necessidade de fechar as instalações. Com esta medida, diz Paulo Fonseca, pretende-se poupar dinheiro com a limpeza, electricidade e telefone, rentabilizando-se os meios.No ano de 2008 a entidade de turismo recebia do Estado para as despesas de funcionamento e promoção turística interna um montante de 900 mil euros. No ano seguinte o orçamento foi reduzido em 100 mil euros e actualmente não chega aos 600 mil euros. Sem dinheiro para a divulgação na região e no país a entidade vai tentar obter financiamento europeu para esse fim. Já foi entregue uma candidatura no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) no valor de um milhão de euros para eventos de promoção nos quais se inclui a animação de Natal em Fátima. Recorde-se que David Catarino demitiu-se da presidência da entidade em Maio. Na altura mostrou-se desiludido com o modelo de financiamento e disse que não estava “habituado a fazer de conta” e a “fingir” que trabalhava. Em Junho entrou uma direcção constituída por um grupo de autarcas que não recebem remuneração pelas funções que exercem na entidade.