Uma ampla sala de troféus e sala da direcção com terraço no primeiro piso, bar e sala para sessões e convívios, apoiados por uma cozinha no rés-do-chão compõem a nova sede do Grupo Desportivo “O Coruchense”, inaugurada oficialmente sábado, 13 de Agosto. Uma sede vistosa, com uma fachada em vidro, que resulta do contrato de comodato assinado entre a Câmara de Coruche, que construiu o edifício, e o clube para utilização do espaço.Desde que o bar abriu, há cerca de duas semanas, 30 novas pessoas inscreveram-se como sócios. “Queremos que este seja um espaço de convívio dos associados mas também da população de Coruche e temos notado uma grande afluência”, regista o presidente do Coruchense, Ricardo Santos.A festa de inauguração começou com uma partida entre as velhas glórias de Coruchense e Portimonense, clubes unidos por antigos laços de amizade. (ver caixa). Durante a sessão solene foram distinguidos Juvenal Silvestre e João Cravidão, sócios números dois e três do Coruchense, bem como a título póstumo de Lucinda Carlota, senhora que foi responsável pela manutenção do campo de jogos Horta da Nora. Na mesa da sessão ficaram ainda Carlitos e José Peseiro, ex-jogadores do clube, o presidente da assembleia geral do Coruchense, Luís Barros, o presidente da Câmara, Dionísio Mendes, entre outros elementos. Foram ainda atribuídos os novos cartões de sócio.“Saímos do Horta da Nora, o que os sócios não aprovaram mas que está feito. O senhor presidente Dionísio Mendes empenhou-se em ajudar a resolver o problema da dívida fiscal do clube e a autarquia tomou como seu o terreno do Montinho do Brito e com uma gestão cuidada temos vivido desde há três anos”, referiu Ricardo Santos, lembrando que o clube é credor das Finanças em 65 mil euros por IVA indevidamente cobrado.Para o presidente da mesa, Luís Barros, a distinção de sócios antigos significa homenagear o passado como exemplo para o futuro e para a juventude ligada ao clube. “Lucinda Carlota foi um desses exemplos. Era uma mulher forte, simples, com uma graça brejeira. Uma mulher de fibra que foi a imagem do Coruchense”, comentou.Quanto aos objectivos do clube, Ricardo Santos salienta as boas prestações dos escalões jovens na época que findou. As equipas de iniciados e juniores subiram aos primeiros escalões distritais enquanto os restantes escalões tiveram prestações meritórias. “Em relação à equipa sénior contratámos o técnico Kikas e veio com ele grande parte da equipa do AREPA. Vamos procurar fazer uma época melhor que a anterior”, antevê o dirigente.Quanto à nova sede, funciona de segunda-feira a domingo, com encerramento à terça-feira. Está aberta entre as 07h00 e as 14h00, e das 18h00 às 23h00, sendo o bar explorado pelo Coruchense. A sala de troféus da sede será ainda cedida ao coro da Cáritas de Coruche e para outras actividades daquela entidade.Boato transformou-se em amizade histórica entre Coruchense e PortimonenseA época de 1954/1955, quando o Coruchense jogou na II Divisão Nacional, ficou marcada por um episódio que acabou em grande amizade com o Portimonense. Quando o clube algarvio teve de vir jogar ao Ribatejo ouviu dizer que as equipas forasteiras eram muito mal recebidas em Coruche e ficou instalado a meio caminho. O jogo correu normalmente e no final da partida a direcção do Coruchense convidou a sua congénere, comitiva e acompanhantes para um lanche. “As pessoas do Portimonense viram aquilo tudo preparado e ficaram surpreendidos porque afinal em Coruche acontecia o oposto do que lhes tinham contado. Quando foi a vez do Coruchense ir a Portimão, foi recebido num salão de festas com um jantar a preceito, servido pelas senhoras da sociedade local”, conta João Cravidão, sócio número três e ex-jogador do clube, lembrando que nesse dia ninguém ligado ao clube de Coruche teve de pagar qualquer despesa em Portimão. Daí ter havido a recepção e jogo entre velhas guardas das duas equipas na festa de inauguração da nova sede.