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Um super-tomate de dois quilos e duzentos gramas

José Frade é um beirão que mora no Entroncamento e tem horta na Golegã
José Frade conduz-nos pelo corredor que vai da porta da rua à cozinha e vai avisando: “Eu não sou agricultor. Sou ferroviário reformado”. Abre o frigorífico e retira de lá um enorme tomate. Perante o nosso espanto avisa. “Não é este”. Volta a baixar-se e tira um prato com o rei dos tomates. Coloca-o em cima da balança e acerta o indicador. 2,200 kg é o veredicto. Estamos no Entroncamento mas antes que se façam leituras apressadas convém dar alguns esclarecimentos. A horta em que o super-tomate nasceu e cresceu fica entre a Golegã e a Azinhaga. As sementes vieram da zona do Fundão, da aldeia de Fatela, de onde José Frade é natural, mas ele suspeita que são originárias de França.Beirão de gema, embora resida no Entroncamento há 40 anos, o ferroviário reformado conta que sempre teve horta. Agora até tem duas, uma de sequeiro e outra de regadio. Foi nesta última que se desenvolveu a planta que gerou o fenómeno. “Eram três frutos na mesma planta. Este tem dois quilos e duzentas mas os outros tinham cerca de um quilo cada”, explica. “Tenho 69 anos e nunca vi nenhum deste tamanho”, reforça.A esposa, Maria Alice Geraldes não está presente para falar do sabor e textura dos produtos produzidos pelo marido. José Frade faz as honras da casa. “Este tipo de tomate é muito macio. Pode-se comer como se come uma fruta porque não tem acidez”. Antes de sairmos vai outra vez ao frigorífico e mostra-nos algo que não é habitual ver no Ribatejo. “São cherovias. Uma espécie de cenouras de cor branca e de sabor mais intenso que o das cenouras. Tiram-se-lhes a casca e cozem-se. Depois cortam-se às tirar e fritam-se como os ‘peixinhos da horta’. Servem-se como entrada nos casamentos lá na minha aldeia”. Em Portugal a cherovia é tradicionalmente cultivada na zona da Serra da Estrela. Há mesmo um “festival anual da cherovia que se realiza na Covilhã nos últimos dias de Outubro e primeiros de Novembro”.

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