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“Para se conseguir vingar no mundo dos toiros é preciso ter cunhas”

“Para se conseguir vingar no mundo dos toiros é preciso ter cunhas”

Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos sonha pegar no Campo Pequeno

O cabo do grupo lamenta que o mundo dos toiros seja “ingrato” e “injusto”, dizendo que ou se conhece bem os empresários das praças ou é quase impossível pegar.

O ano de 2011 está a ser um dos melhores para o Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos. Recentemente venceram o concurso de pegas das festas de Samora Correia (concelho de Benavente) e pegaram cinco toiros sozinhos numa corrida realizada em Saintes Maries de la Mer (França). Uma corrida dura mas que correu bem.O grupo reiniciou a sua actividade em 2002 depois de duas interrupções nas décadas de 70 e 80. Conta actualmente com 29 elementos com idades compreendidas entre os 13 e os 37 anos. Esta época já participaram em cinco corridas. O cabo do grupo, Pedro Silva, diz que não fazem muitas corridas por época porque o mundo dos toiros é “complicado”. “Não basta ter apenas valor, também é preciso ter cunhas. É uma pena a festa brava estar tão “controlada” uma vez que temos demonstrado o nosso valor e ganho vários troféus mas mesmo assim temos sido preteridos”, afirma Pedro Silva.O maior sonho do grupo de Salvaterra de Magos é pegarem na praça do Campo Pequeno, em Lisboa. Estão há vários anos à espera de uma oportunidade para actuarem na principal praça de toiros do país mas até agora ainda não se concretizou. “Os responsáveis do Campo Pequeno dizem-nos que temos valor para pegar naquela praça mas que estão à espera de uma oportunidade. Parece que está difícil conseguir uma vaga”, afirma em tom irónico.Pedro Silva lamenta que o mundo dos toiros seja “ingrato” e “injusto”, onde ou se conhece bem os empresários das praças ou é “quase” impossível pegar. “São os empresários que mandam na festa. É difícil para um grupo como nós, que não tem ninguém por trás a ajudar-nos, conseguir participar em muitas corridas”, refere acrescentando que existem grupos de forcados a mais em Portugal e que isso prejudica a festa brava.Todas as deslocações do grupo, no país e no estrangeiro, são pagas do próprio bolso. O dinheiro que recebem das corridas em que participam é colocado numa conta do grupo que serve para pagar as deslocações. Além disso, durante o ano organizam festas e actividades lúdicas para angariarem mais dinheiro para essas deslocações. Uma paixão que exige alguns sacrifícios.O cabo dos amadores de Salvaterra de Magos lamenta que não existam muitas corridas por ano na terra natal do grupo, apesar de ser um concelho com muita aficcion. Pedro Silva considera que Salvaterra tem das melhores praças do país e que devia ser melhor aproveitada. “Com a praça que temos justificavam-se mais corridas. Deviam promover novilhadas e dar oportunidades aos mais jovens para que continuem a tradição da festa brava”, conclui.União facilita sucesso do grupoPedro Silva tem 31 anos e é cabo do Grupo de Forcados Amadores de Salvaterra de Magos há três anos. Garante que ser cabo exige muita responsabilidade mas o facto de serem um grupo unido facilita o sucesso de todos. É ele quem decide quem vai para a cara do toiro. “Assim que o animal sai para a praça tenho que perceber qual o forcado que melhor se adequa às características daquele toiro”, explica.O cabo recorda a primeira corrida televisionada em que participaram, em 2007, como a mais especial. Foi das temporadas mais concorridas do grupo. A corrida que guarda pelas melhores e piores razões foi a de Samora Correia, este Verão, em que ganharam o prémio de melhor pega mas viram um dos companheiros sair ferido com gravidade. “O João Paulo perfurou o pulmão e esteve internado no Hospital de Vila Franca de Xira mas já está tudo bem. Foi um grande susto. Tivemos que ir para França mas estivemos sempre preocupados com o nosso amigo”, realça. Pedro Silva não consegue contabilizar o número exacto de toiros que já pegou mas assegura que foram dezenas. O seu maior sonho é levar o seu grupo ao Campo Pequeno, em Lisboa.
“Para se conseguir vingar no mundo dos toiros é preciso ter cunhas”

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