Batelões abandonados no Tejo foram removidos ao fim de uma década
Problema ambiental foi resolvido numa das últimas intervenções da ARH-Tejo que vai ser extinta
Os batelões estavam nas margens do Tejo na zona de Azambuja e constituíam um problema ambiental grave que só agora ficou resolvido, depois de o caso ter sido denunciado por O MIRANTE.
Demorou uma década até que os três batelões de grandes dimensões que se encontravam abandonados entre Azambuja e Valada do Ribatejo, concelho do Cartaxo, fossem desmantelados e removidos das margens do rio Tejo. As embarcações que se estavam a degradar constituíam um problema ambiental grave. Mas era também uma mancha na paisagem numa zona visitada por turistas no âmbito da “Rota dos Mouchões”, evento turístico dinamizado pela Câmara de Azambuja.Segundo a Administração da Região Hidrográfica do Tejo (ARH-Tejo), os proprietários dos batelões foram intimados em 2010 para proceder ao desmantelamento dos navios, pouco tempo depois de O MIRANTE ter denunciado a situação. “As margens do rio Tejo não podem ser parques de sucata. Os proprietários foram contactados e procederam ao desmantelamento”, informa Abílio Valente, chefe de divisão do gabinete regional da ARH-Tejo, que diz desconhecer os custos envolvidos com a retirada dos batelões que eram usados na extracção e transporte de areia. Mas segundo Marques Pedro, proprietário de uma sucata em Azambuja, o processo poderá ter custado “entre os 400 mil e os 900 mil euros”. E explica que “o ferro ou outros metais das embarcações podem sempre ser vendidos aos pedaços às sucatas e renderem algum dinheiro”. No Inverno de 2010 o último batelão que estava a ser desmantelado acabou por ser arrastado para o meio do canal navegável do rio e afundou, obrigando a interromper a navegação no local até ao Verão. “Eram navios que não tinham gasóleos, óleos nem motores. Apenas tinham a carcaça. Esta foi uma situação encarada com alguma urgência pela ARH-Tejo”, informa Abílio Valente. Que garante que não há registo de mais embarcações abandonadas nas margens do Tejo na região. “Até porque temos vindo a monitorizar, em conjunto com o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR, este tipo de situações e não temos ainda qualquer outro caso”, refere o mesmo responsável.Esta acção deve ter sido uma das últimas em que a ARH-Tejo teve de intervir, uma vez que esta entidade está na lista das que vão ser extintas. Em 2009, quando O MIRANTE alertou para a situação, alguns moradores da Azambuja e Cartaxo temiam que as margens do Tejo naquele local se transformassem numa sucata.
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