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SMAS de Vila Franca de Xira reduziram perdas de água para metade da média nacional mas querem ir mais além

SMAS de Vila Franca de Xira reduziram perdas de água para metade da média nacional mas querem ir mais além

Conforto dos munícipes e preocupações ambientais no topo das prioridades do presidente do conselho de administração

As perdas de água no sistema de abastecimento do concelho de Vila Franca de Xira estão em 21,5 por cento e o objectivo imediato é baixar dos 20 por cento. O desafio é assumido pelo presidente do conselho de administração dos Serviços Municipais de Águas e Saneamento, Francisco do Vale Antunes. A média nacional é de 40 por cento e há sistemas municipais com perdas da ordem dos 80 por cento. O investimento na separação dos esgotos domésticos das águas pluviais já resolveu os problemas das inundações nas zonas mais críticas mas vai continuar.

Toda a água da rede do concelho de Vila Franca de Xira é comprada pelos Serviços Municipais de Águas e Saneamento (SMAS) à EPAL? Talvez mais de 99 por cento da água é da EPAL. O único furo artesiano que os SMAS ainda usam fica na aldeia de S. Romão. Já foi ponderada a hipótese de encerrar aquela captação mas pelas análises feitas e pela história de boa qualidade da água, não se justifica.A água chega a todo o concelho? Sim, o concelho de Vila Franca de Xira atinge os 100 por cento das necessidades de abastecimento em termos geográficos. Nesta altura a nossa preocupação é redimensionar as nossas capacidades de reserva. Estamos a construir um depósito com dois mil metros cúbicos na freguesia de Vialonga, exactamente em S. Romão, para resolver um problema que temos ali e para o ano iremos construir um novo depósito na freguesia da Póvoa de Santa Iria. Queremos estar preparados para que não exista qualquer ruptura no abastecimento. Qual é a situação actual?Temos cerca de 70 mil clientes de água. Trabalhadores são no total 196, desde área administrativa, técnica, operacional. Temos um serviço bem dimensionado e com capacidade de resposta em qualquer altura. A nossa rede está a ser renovada. Está a ser alvo de investimento estratégico que permite lidar com problemas muito diferentes dos que aconteciam há alguns anos. Temos menos rupturas e, consequentemente, menos reclamações.Sendo a água da EPAL calculo que não tenham problemas ao nível da qualidade. É assim?A EPAL tem o seu laboratório e faz as suas análises mas os SMAS também fazem as suas análises. Fazemos mais análises e verificamos mais parâmetros do que aquilo que a lei obriga. As questões anómalas são residuais e têm a ver com questões no interior dos prédios. Um cano que está ferrugento, por exemplo. Coisas devidamente localizadas que nada têm a ver com a qualidade da água que fornecemos. Um dos maiores problemas a nível nacional é o das perdas de água nas redes. Ainda há pouco tempo o presidente da Águas de Portugal referia que há concelhos onde elas chegam aos 80 por cento. Qual a percentagem no concelho de Vila Franca de Xira?Temos cerca de 21,5% de perdas de água. É um valor dos melhores a nível do país mas a curto prazo queremos reduzir essas perdas abaixo dos vinte por cento. Nos anos noventa as perdas de água na rede de Vila Franca de Xira eram superiores a quarenta por cento (actual média nacional).O que está a ser feito para atingir esse objectivo? É evidente que quanto menos perdas temos mais difícil é reduzir mas vamos conseguir este objectivo. As causas estão muito bem identificadas. Como disse, temos vindo a substituir condutas e decidimos agora fazer uma grande substituição de contadores antigos, que foram perdendo a sua fiabilidade ao longo dos anos.Têm contadores em todo o lado mesmo para entidades que não pagam água? Não. É o caso dos bombeiros. Quando precisam de água para combater um incêndio, por exemplo, vão aos marcos de água e comunicam-nos o que gastaram. São as chamadas perdas de água controladas.Acabar com as inundações e aliviar as ETARO que tem sido feito para acabar com as inundações em certas zonas nos dias em que chove com mais intensidade?Há cinco anos que temos vindo a acabar com colectores por onde eram drenados em simultâneo esgotos domésticos e águas pluviais. Este investimento permitiu-nos acabar, em zonas críticas devidamente identificadas, com as inundações que se registavam em dias de maior pluviosidade. Agora temos nesses locais condutas separadas para efluentes domésticos e para águas das chuvas. As águas das chuvas ainda passam pelas ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais)?As que já correm em condutas próprias são lançadas directamente no Tejo. Para as ETAR de Vila Franca de Xira e de Alverca, apenas vão os esgotos domésticos. Deixámos de tratar águas que não necessitavam de qualquer tipo de tratamento. Esse processo está completo?Ainda há situações a necessitar de intervenção mas as situações mais críticas já foram corrigidas. O investimento nos separativos vai continuar.A ETAR de Alverca já está a trabalhar em pleno?Temos no concelho duas grandes ETAR construídas pela SIMTEJO (Sistema Multimunicipal Tejo), uma em Vila Franca de Xira e outra em Alverca também já está a funcionar. Esta última começou a tratar os esgotos do Forte da Casa e de Vialonga e de uma parte da Póvoa de Santa Iria. Muito brevemente irá tratar todos os esgotos da freguesia da Póvoa de Santa Iria e nessa altura fecharemos este ciclo, ambientalmente falando. Temos ainda outras pequenas ETAR noutros pontos do concelho.Essas Estações de Tratamento também recebem efluentes industriais?Nós criámos, em parceria com a Simtejo, um regulamento de tratamento das águas industriais que tem regras muito rigorosas. Alguns efluentes de algumas entidades empresariais podem ser recebidos sem problemas e outros são alvo de um pré-tratamento na origem. Isso é estudado caso a caso. Infelizmente não temos muitas indústrias no concelho pelo que a situação não é crítica. As empresas estão a cumprir?Tem havido um esforço das empresas para se adaptarem às exigências da legislação e as coisas estão a ser tratadas responsavelmente pelas administrações das mesmas, com toda a disponibilidade de ajuda quer dos laboratórios da Simtejo quer dos laboratórios dos SMAS.Os SMAS podiam vender a água mais barata? No primeiro escalão de consumo, até 5 metros cúbicos, onde está uma parte muito significativa dos nossos clientes, a água é vendida a 0,5629 euros. Ou seja, mil litros de água custam pouco mais de cinquenta cêntimos. E trata-se de uma água de qualidade, monitorizada e controlada com uma exigência acima do que é exigido por lei. Estão a cumprir a legislação que obriga a que o preço de venda da água seja suficiente para cobrir as despesas de exploração?Se vendssemos toda a água àquele preço perderíamos dinheiro. Mas há factores de compensação. Na conjugação daquilo que são os valores debitáveis do SMAS, não estando a responder a cem por cento às necessidades de cobrir todos os encargos com o impacto na venda do bem ou na prestação do serviço de saneamento, digamos que ela atinge valores que nos dão alguma segurança para que continuemos a ter disponibilidade financeira para investimento. A cCâmara Municipal de Vila Franca de Xira é das poucas a nível nacional que paga aos fornecedores a tempo e horas. E o SMAS de Vila Franca de Xira?Também pagamos aos fornecedores a tempo e horas. Não temos nenhuma dívida vencida. Os SMAS têm tarifários especiais?Temos tarifários para famílias numerosas e para famílias carenciadas.Preocupações com o ambiente e com os clientesNas piscinas de Vila Franca de Xira os SMAS construíram um depósito que faz a captação da água ali utilizada e que serve para fazer a rega da zona verde envolvente do parque desportivo. A água também é usada para lavagens de ruas e de contentores. E o mesmo aconteceu nas piscinas da Póvoa de Santa Iria. É uma forma de poupar água e reflecte uma preocupação ambiental. Os equipamentos eléctricos instalados nos depósitos de água são alimentados através de energia solar. A contagem real dos contadores, que era feita de 4 em 4 meses já está a ser feita de 3 em 3 meses. O objectivo é que venha a ser feita de 2 em 2 meses reflectindo o que é efectivamente gasto e evitando que os clientes sejam confrontados com grandes oscilações na facturação que é aplicada por estimativa. Os contadores do maior cliente do SMAS, que é a câmara municipal, já são lidos com essa frequência.Numa zona limitada de Santa Iria, abrangendo 700 contadores, está a ser testada uma contagem por telemetria. Se o resultado for positivo o sistema irá sendo implantado, aos poucos, em todo o concelho. O serviço dispõe ainda de uma linha grátis para a comunicação de leituras para que os clientes possam pagar o que efectivamente consumiram e não uma estimativa. Também já está disponível a factura electrónica. A adesão pode ser feita através do site do SMAS. O presidente do Conselho de Administração dos SMAS de Vila Franca de Xira, Francisco do Vale Antunes, pede que qualquer situação anómala detectada seja comunicada de imediato aos serviços para que os mesmos possam agir tão rápido quanto possível. “Queremos continuar a trabalhar para reduzir as reclamações indo ao encontro da satisfação plena dos clientes que nem sempre é conseguida mas que tentamos andar lá perto”, declara.
SMAS de Vila Franca de Xira reduziram perdas de água para metade da média nacional mas querem ir mais além

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