
Há mais de seis anos à espera de um telhado novo
José Calado ficou com a cobertura da sua habitação destruída por um incêndio em Agosto de 2006. A Câmara de Santarém deu-lhe esperanças de apoio na reparação dos estragos, mas até à data a ajuda não chegou.
José Calado nunca mais se vai esquecer daquele dia de Agosto de 2006, quando o fogo lhe destruiu parte da sua habitação na zona de São Domingos, em Santarém, até porque as marcas desse dia continuam à vista na sua moradia. O telhado está desde aí por reconstruir porque a Câmara de Santarém não cumpriu o que lhe prometeu. E a sua ida à última reunião do executivo não lhe abriu grandes esperanças, pois ninguém da vereação se comprometeu com uma resolução rápida do problema nem ninguém o contactou depois disso.No dia do incêndio que andou às portas da cidade, José Calado estava de férias na praia. As chamas cercaram-lhe a casa e os bombeiros tiveram de partir portas e janelas para combater o fogo. O telhado ficou também arruinado. Para remediar a situação, colocou umas chapas dadas pela empresa onde trabalhava, para substituir as telhas. Mas sempre que chove com mais intensidade a improvisada cobertura não dá garantias e a água infiltra-se para o sótão onde José Calado tem um autêntico arsenal de baldes, latas e outros recipientes para recolher o líquido e impedir que as infiltrações passem para o rés-do-chão. “Quando está mau tempo tenho de dormir aqui para ver se as chapas não voam e a água não me inunda a placa”, diz, apontando para o colchão onde pernoita nessas alturas.O morador diz que depois do incêndio foram lá pessoas ligadas à câmara e ao governo civil para avaliarem os estragos, tendo levado documentos e plantas relacionados com a habitação e deixado a promessa de que o telhado seria reparado. “Só pedi que me arranjassem o telhado. Os vidros, os estores e as portas pus eu”. Foi-lhe dito que pedisse orçamentos a dois construtores. Ele assim o fez. Os preços apontados rondavam os 7 mil euros. Pediram-lhe também que apresentasse comprovativos de que nada devia ao fisco e à Segurança Social. Também cumpriu. Mas depois disso não houve mais avanços, apesar de continuar a deslocar-se duas vezes por mês aos serviços camarários para saber se há novidades. José Calado diz que está farto de saltar entre vários serviços municipais sem êxito. “Prometeram-me que arranjavam o telhado e não o fizeram. Estou sem emprego há dois anos, ganho 500 euros do fundo de desemprego, tenho uma filha a estudar e uma mãe acamada que passa algum tempo na minha casa e vou agarrar-me a quê?”, questiona. “Mandem-me um homem da câmara para aqui pôr o telhado que eu faço de servente”, acrescenta, lamentando que o caso não tenha resolução quando mais um Inverno se aproxima.
