Engenheiro defende que Cristóvão Colombo era o fidalgo português Pedro Ataíde
Fernando Branco, convidado da última sessão da “Sala de Estudos” do grupo Fatias de Cá, falou em Tomar sobre fraude e não defraudou as expectativas. O enigma em torno da identidade de Colombo pode, segundo o orador, ser uma das maiores fraudes da História.
Uma das maiores fraudes da História de todos os tempos é a de que Cristóvão Colombo, navegador apontado como tendo nascido em Génova (Itália) seria, na realidade, o fidalgo português Pedro Ataíde, natural de Coimbra e com vivências em Viseu, que ocultou sua verdadeira identidade de todos. Foi isto que o engenheiro Fernando Branco, 59 anos, convidado da última “Sala de Estudos” dinamizada pelo grupo de teatro tomarense Fatias de Cá, foi defender num descontraído jantar-tertúlia realizado a 6 de Novembro no Convento de Cristo, em Tomar. O tema da sessão era “A Fraude” e o convidado não defraudou as expectativas das cerca de vinte pessoas que, durante três horas, ouviram e questionaram o interlocutor sobre a sua tese. Fernando Branco deslocou-se, propositadamente, de Lisboa a Tomar, cidade com a qual ainda tem algumas ligações familiares, acompanhado pela sua esposa, a médica cardiologista Luísa Branco.Foi a paixão pela História e “a teimosia em resolver problemas” que levou o convidado, engenheiro civil de profissão e professor no Instituto Superior Técnico, a investigar o tema durante três anos, trabalho que resultou na publicação do livro “Cristóvão Colón, Nobre Português” (Chiado Editora) lançado em Junho deste ano. Na base do rastilho esteve o livro “Codex 632” de José Rodrigues dos Santos. “A partir da leitura deste livro, vi que havia aqui um problema a resolver e dediquei-me”, contou. De resto, Fernando Branco não foi o primeiro a defender que o navegador que chegou ao continente americano em 1492 tinha origem portuguesa - Manoel de Oliveira já realizou o filme “Cristóvão Colombo - o Enigma” inspirado no livro “Cristóvão Colón era Português”, de Manuel Luciano da Silva e Sílvia Jorge da Silva - mas, é o único, até ao momento, a revelar qual é, supostamente, a sua verdadeira identidade.Após a refeição, o convidado exibiu uma apresentação onde mostrou uma listagem de 63 coincidências entre o navegador genovês e o fidalgo português, citadas no seu livro. O pico de entusiasmo da sua investigação foi quando leu sobre uma batalha naval ocorrida na costa do Algarve, em Setembro de 1476, entre uma frota luso-francesa e outra genovesa. Nesta batalha, segundo a biografia de C. Colón, este salva-se a nado e chega à costa portuguesa, onde começa então a vida conhecida do almirante. Por outro lado, o cronista real Rui de Pina refere, sobre a mesma, apenas o desaparecimento de um capitão naval, fidalgo português. “Este facto suscitou-me alguma suspeição”, disse, acrescentando que foi após esta batalha que Pedro Ataíde decidiu trocar de nome por motivos de segurança.A coincidência que convenceu o escritor de que Pedro Ataíde, apelidado “O Corsário”, era na realidade Cristóvão Colombo, estava no diário de bordo do almirante, citado pelo filho Fernando Colombo no livro que escreveu sobre o pai. “Após o descobrimento da América, Colombo pára na ilha de Santa Maria, no arquipélago dos Açores, onde viviam menos de cem pessoas. Lá se encontra com o braço direito João da Castanheira, a quem diz conhecer bem, apesar de não ser um nobre nem nada parecido”, assinala. Fernando Branco acredita que o tal braço direito devia ser natural de Castanheira do Ribatejo, uma terra sob controle da família Ataíde, o que explicaria o facto de ter sido mencionado.
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