Ministério anula contratos de 38 professores do Agrupamento de Vialonga
O Ministério da Educação considerou irregular a contratação de 38 professores para várias escolas do Agrupamento de Escolas de Vialonga e decidiu anular o processo. Os docentes continuam a dar aulas até que seja feito um concurso para os lugares sem saberem o que vai ser o futuro, já que podem não ficar colocados. A situação merece críticas do agrupamento, pais e alunos, dizendo que a medida é “pedagogicamente inaceitável”.Em causa está o facto de o agrupamento ter reconduzido os professores que já trabalhavam no agrupamento, o que lhe era permitido por integrar Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP). Só que o ministério a poucas semanas do início do ano lectivo decidiu mudar as regras e obrigar a fazer entrevistas conjuntas com cinco professores cada. O agrupamento diz que já não teve tempo de cumprir a medida. “Tínhamos de salvaguardar o início do ano lectivo, só podemos começar este trabalho a 2 de Setembro, era a ordem que tínhamos. As aulas começavam a 14 de Setembro”, explicou publicamente Armandina Soares, presidente do agrupamento de escolas de Vialonga.A anulação das contratações, refere a presidente do agrupamento, acarreta “perturbações sérias” ao processo educativo dos alunos. Os professores afectados dão aulas nas escolas do primeiro ciclo do Cabo de Vialonga, nº2 do Parque Residencial, nº1 de Alpriate, Quinta das Índias e nº1 de Vialonga. Há ainda mais três professores de intervenção precoce e que têm funções transversais a todo o agrupamento. Os restantes docentes prestam serviço na escola dos segundos e terceiros ciclos de Vialonga, onde se estima que meia centena de turmas sejam afectadas.O ministério explica que não haverá interrupção das aulas e que os contratos em causa só caducam no momento de entrada de um novo professor, sendo que os docentes que agora viram os seus concursos anulados podem voltar a candidatar-se ao mesmo lugar. Muitos dos professores de Vialonga já acompanhavam turmas há mais de quatro anos. A associação de pais, na sua página no Facebook, diz que a troca de professores no decorrer do ano lectivo pode ter “consequências catastróficas” nos alunos e realizou uma reunião com os representantes de turma para aprovar uma moção de protesto. “A maioria destes professores, pelos anos de trabalho em Vialonga, conhece bem a difícil realidade social da freguesia e desenvolveu uma relação de proximidade com as crianças que vai para além dos muros da escola, compensando com o seu profissionalismo a falta de condições de trabalho do nosso parque escolar a precisar de obras urgentes e à beira do colapso”, concluem os pais.
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