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Clubes da AF Lisboa na região solidários com decisão de suspensão dos campeonatos

AF Santarém concorda com as alterações e deu continuidade às suas provas

Em causa aplicação da nova lei do policiamento de espectáculos desportivos que não obriga o Estado o policiamento dos jogos de juvenis e inferiores e a decisão da Associação de Lisboa de suspender todos os campeonatos, ficando esse encargo com os clubes organizadores dos encontros não previsto na actual época.

A Associação de Futebol de Lisboa (AFL) decidiu suspender os campeonatos distritais de futebol e futsal sob sua organização depois de o Governo não ter adiado a entrada em vigor do novo regime de policiamento dos espectáculos desportivos, que entrou em vigor a 8 de Novembro. A medida mais polémica, prevista no decreto-lei 216/2012, é a da não obrigatoriedade de policiamento suportado pelo Estado em jogos da categoria de juvenis e inferiores. Não foi no entanto posta em prática no terreno durante o fim de semana devido a acordo de última hora alcançado entre a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Ministério da Administração Interna (MAI) para que temporariamente se mantenha a situação anterior. Entre os clubes nas divisões distritais abrangidos pela decisão estão o Santa Iria, Alverca, Vilafranquense e Vialonga, todos da I Divisão de Honra de Lisboa, e o União Recreio de Vila Nova da Rainha, da I Divisão - Série, e o Juventude da Castanheira, da II Divisão - Série 1. O director do departamento de futebol do União Vilafranquense, Luís Dinis, está de acordo com a suspensão dos campeonatos e não concorda com o momento escolhido para a sua implementação do decreto-lei. “Se tivesse sido apresentado antes da época começar poderíamos fazer um orçamento e ver quanto iríamos gastar. Começar a meio da época é uma situação que prejudica a competição. Os jogadores treinam durante a semana, no fim-de-semana não jogam e há prejuízos de bilheteira”, explica o dirigente. Luís Dinis diz ainda temer que o novo regime de policiamento dos jogos leve a que alguns árbitros não compareçam aos jogos desvirtuando a competição.A segurança dos jogadores e dos seus familiares é uma das preocupações do presidente do Alverca. Fernando Orge lembra que há campos de futebol onde o descontrolo e os confrontos acontecem, sendo necessária a presença da polícia.“Se esta medida avançar o Futebol Clube de Alverca vai ter um encargo adicional entre os seis e os oito mil euros por ano, o que é incomportável”, sustenta Fernando Orge, admitindo que o futebol de formação acabe em alguns clubes.Em comunicado, o presidente da FPF, Fernando Gomes, considera que as novas medidas vão permitir aos clubes diminuírem os seus custos. Nada mais ao contrário, argumenta o vice-presidente para o futebol do Juventude da Castanheira. Os clubes até podem não requerer qualquer policiamento nos jogos de categorias inferiores aos juvenis mas ficam já com o encargo de suportar o policiamento dos jogos dos juniores. “Este fim de semana tivemos 330 euros de despesa em policiamento. Nos seniores 193 euros para cinco militares da GNR e 117 euros com três militares num jogo de futsal com 22 espectadores. Com mais despesas com juniores, juvenis e iniciados teremos mais cinco a seis mil euros anuais de despesas, o que é insuportável”, descreve Guilherme Nunes, garantindo a solidariedade do clube com a AFL na primeira linha e a preocupação com a segurança dos jovens atletas.Na Associação de Futebol de Santarém (AFS) decorreram sem alterações os jogos previstos no fim de semana e com o policiamento habitual. Segundo o presidente da AFS, Francisco Jerónimo, a associação está a agir em consonância a FPF, não seguindo a linha da AFL. Antes do acordo para a manutenção temporária da prática actual, Francisco Jerónimo alertava para o facto de os clubes visitados terem de encontrar um responsável de segurança, na ausência da policiamento. Quanto à posição dos árbitros, o presidente da AFS admite que vão ficar mais “por sua conta” durante os jogos.O que diz o novo regimeO artigo 3.º do Decreto-Lei 216/2012 refere que nos espectáculos referentes a competições de escalões juvenis e inferiores, quando realizadas em recinto, em regra, não deve ter lugar o policiamento, acrescentando que, caso o policiamento seja requerido, deve ser justificado e os respectivos encargos suportados pelo promotor.Fica ainda definido para os jogos da categoria sénior que a relação entre número de agentes da PSP ou militares da GNR e de espectadores deve ser de 1 para 200 em jogos de risco elevado e, de 1 para 500 ou 1 para 600, em jogos de risco normal, nunca podendo ser inferior a três agentes a destacar.No caso da categoria júnior, os agentes a destacar terão de ser entre três e cinco. No que respeita a juvenis ou inferiores o número de agentes não deve ser inferior a dois nem superior a três. A requisição de agentes pelo clube organizador deve ser feita oito dias úteis antes da data do jogo, devendo a fundamentação obedecer a critérios como a o tipo de competição, grau de risco, modalidade, escalão e fase da competição, entre outros enumerados.

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