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Zanga de socialistas perturba candidatura da tauromaquia a património em Vila Franca

O antigo presidente do Clube Taurino Vilafranquense, Luís Capucha, coordenador do grupo que estava a preparar o dossiê de Vila Franca de Xira para a candidatura da tauromaquia a património cultural imaterial, não gostou de ter ficado à margem de um colóquio sobre o tema e decidiu abandonar o grupo de trabalho. O caso já deu uma guerra com expressão no facebook onde Capucha publicou uma carta de duro ataque à camarada socialista Maria da Luz Rosinha, presidente de Câmara de Vila Franca de Xira. “[Estas atitudes] constituem um sinal claro de que preferes ficar com quem está ao teu nível, em vez de aproveitares a colaboração que eu poderia dar. Por essas e por outras está a nossa cidade como está”, lê-se na carta que Capucha dirigiu a Rosinha e divulgou na sua página do Facebook.Na missiva dirigida à autarca, Luís Capucha estranha que a autarca tenha aceitado o convite do actual presidente do clube taurino para uma iniciativa da qual Luís Capucha foi arredado, apesar das responsabilidades que tinha até aqui. Lamenta por outro lado não ter recebido resposta quando solicitou, em Setembro, uma reunião à presidente para acelerar os trabalhos da candidatura de Vila Franca. Capucha diz que se dispôs a dar um contributo voluntário para que a participação de Vila Franca de Xira na candidatura da festa de toiros a património cultural imaterial “não seguisse a linha de mediocridade que tem pautado a actuação da câmara municipal neste tão determinante domínio”. Propôs a constituição de um grupo aberto, composto essencialmente por pessoas, na maioria jovens, com capacidade para trabalhar uma grande diversidade temática que a tauromaquia envolve. “Deverias ser a primeira a tentar cooperar para que o projecto fosse para a frente nos moldes acordados, mas não contribuíste com nada”, acusa dirigindo-se a Maria da Luz Rosinha.Para o colóquio, organizado pelo Clube Taurino Vilafranquense, foi convidada a presidente de câmara e também Elísio Summavielle, que até segunda-feira era o Director Geral do Património Cultural. O presidente da Câmara Municipal de Coruche, Dionísio Mendes, também presidente da Secção de Municípios com Actividade Taurina, não pôde estar presente e acabou por ser representado por um técnico do museu municipal. Entre os oradores do colóquio realizado na noite de quinta-feira, 8 de Novembro, no Clube Taurino Vilafranquense, esteve também o artista plástico Mathieu Sodore e o crítico taurino Victor Escudero.Confrontada com a situação a presidente de câmara, Maria da Luz Rosinha, limitou-se a dizer que nada impediu Luís Capucha de estar presente no colóquio “tauromaquia património mundial”. A autarca sublinhou que a iniciativa foi organizada pelo clube taurino e não pelo município. “São estados de almas”, desabafou, recusando fazer mais comentários.Durante o colóquio os oradores defenderam a importância de cada município com actividade taurina apresentar argumentos que ajudem a consolidar a candidatura de âmbito nacional que mais tarde poderá ser apresentada à Unesco pelos oito países que preservam a corrida de toiros. Elísio Summavielle aproveitou para lembrar que o ataque dos anti-taurinos intensifica-se e por isso é preciso que se aproveitem os saberes de cada território e que as vozes a favor do toiro se unam “sem tricas nem zangas”, o que em Vila Franca não se está a verificar.A publicação de Luís Capucha no Facebook deu origem a mais de 30 comentários, muitos dos quais de apoio por parte de pessoas que o reconhecem como especialista na área e que se pretendem afastar igualmente da participação na candidatura.

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