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Secção de hóquei da União Desportiva Vilafranquense com novo fôlego

Em menos de cinco anos já estão 70 jovens em formação no clube

Os dias negros do hóquei em Vila Franca de Xira parecem estar afastados de vez. Erguida das cinzas há cinco anos a secção de hóquei da União Desportiva Vilafranquense movimenta hoje 70 jovens nas camadas de formação e os seniores não param de vencer no campeonato distrital. O segredo, garantem os dirigentes, é o amor à camisola.

Longe vão os tempos conturbados que levaram ao encerramento da secção de hóquei da União Desportiva Vilafranquense. Há cinco anos que a secção se ergueu das cinzas e hoje já movimenta 70 atletas e tem uma equipa sénior que não pára de vencer no campeonato distrital. Um feito que está a encorajar um regresso ao tempo em que a modalidade era um ex-líbris do clube vila-franquense, de onde saíram atletas como Pedro Alves, um dos mais internacionais portugueses da modalidade.À frente da secção de hóquei está Francisco Beirolas, 49 anos, natural da Golegã mas residente em Vila Franca há 43 anos. É também o presidente da comissão administrativa que gere o clube há um ano. A secção começou com 12 jovens mas o interesse dos atletas foi crescendo e com ele a modalidade. “A secção cresceu de forma mais rápida do que eu estava à espera. Superou todas as expectativas. Hoje temos os escalões de bâmbis, benjamins, escolares, infantis e seniores, que é algo que não estava no nosso horizonte”, explica o dirigente a O MIRANTE.Apesar da aposta fundamental ser na formação, dada a situação financeira complicada do clube (ver caixa), Francisco Beirolas explica que a equipa sénior só foi possível graças ao amor à camisola dos atletas. “Os atletas têm de contribuir para praticar o desporto que gostam de fazer. Se pagam para ir ao ginásio também pagam para jogar no UDV. Até porque há despesas do clube, em organizações e arbitragens por exemplo, que o clube não pode pagar. Um grupo de ex-jogadores do UDV vieram ter comigo e fizeram uma proposta de voltar a envergar a camisola. Propuseram pagar do seu bolso uma mensalidade e pagarem as deslocações para os jogos que não são em casa”, exemplifica.O clube e os dirigentes aceitaram contribuir com todo o trabalho necessário a tornar a equipa sénior uma realidade. Este ano, em dez partidas realizadas, venceram nove, uma prova que a equipa sabe vencer e pode sonhar mais alto no futuro. “Só perdemos com o Benfica em casa. Estamos a competir no campeonato distrital da Associação de Patinagem de Lisboa. As pessoas menosprezam não estarmos numa prova nacional. Mas mais vale mais fazer boa figura numa prova distrital do que andar na cauda de uma tabela classificativa a fazer má figura e não glorificar o clube por esse país fora”, refere.Um dos segredos para a sustentabilidade da secção de hóquei tem sido a separação de fundos. O hóquei, como as outras secções, tem hoje autonomia financeira face à tesouraria central, ou seja, deixou de financiar outras modalidades como o futebol e gera fundos suficientes para garantir a sua existência. “O nosso sonho é ter cada vez mais atletas a praticar hóquei, alimentar o escalão sénior e regressar aos dias de glória do passado, que são sempre uma motivação para todos”, conclui Francisco Beirolas.Não apareceram interessados na penhora do pavilhãoPela segunda vez não apareceram interessados na compra do pavilhão do clube, na hasta pública promovida pelas Finanças. Recorde-se que o fisco penhorou as instalações do clube por causa de uma dívida na casa dos 900 mil euros. Na primeira licitação, promovida pelo valor total da dívida, não apareceram interessados na compra do espaço. Na segunda hasta pública, onde o imóvel foi colocado à venda por um valor mais baixo, também ninguém quis adquirir o pavilhão. Ainda haverá uma terceira hasta pública, onde o pavilhão voltará a ser posto à venda por um valor mais baixo. Estão a praticar desporto no clube mais de 700 jovens. A situação financeira do UDV, admite Francisco Beirolas, é complicada. Além da dívida de um milhão de euros à Segurança Social e Finanças, há ainda outras dívidas a credores privados que precisam de ser pagas. “Estamos a trabalhar dia a dia para resolver os problemas que existem e vamos aguardar o que poderá vir do terceiro leilão das finanças. Não podemos aumentar o passivo existente e temos tentado diminuir ao máximo as despesas, nomeadamente ao nível do pessoal”, explica o responsável. No último ano o clube prescindiu de três funcionários. “A situação da bomba de gasolina ainda não está completamente posta de parte e estamos a estudar novas formas de negócio e rendimento que poderão vir a ser uma solução”, refere o dirigente, sem adiantar que soluções serão essas. Hóquei, futebol, patinagem artística, basquetebol, aikido e muay thai são algumas das modalidades existentes no clube. A comissão administrativa foi fundada por um grupo de pais, à excepção de Luís Feijão, que pretendiam evitar o fecho das portas do clube após o fim do mandato da anterior direcção e assegurar a continuidade dos escalões de formação das diferentes modalidades.

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