Quando era mais jovem era muito namoradeiro?Tive algumas namoradas, mas nada de especial. Não tinha o dom de estalar os dedos e elas aparecerem (risos).Já alguma vez se sentiu tentado em entrar activamente na política?Nunca me passou tal coisa pela cabeça. Não tenho esse espírito, não concordo nem me revejo na classe política. A grande maioria está ali para ganhar o seu e pouco mais. O nosso país chegou ao estado em que está por falta de liderança. Costuma aderir às greves?Nunca em toda a minha vida fiz greve, embora até concorde com algumas que considero justas. No fundo é uma arma do povo para mostrar que não é só estar à disposição do patronato. Se pudesse emigrar não olhava para trás?Tentaria sempre todas as possibilidades para me manter no país. Nunca tive essa vontade, nem sequer quando era mais jovem. Formei-me empresário em 1980 e na altura muita gente emigrava e eu sempre pensei que me governaria cá dentro. Gosto de estar perto da família. Como é que se formou empresário?Foi na universidade da vida. Fui adquirindo experiência, comecei do zero e fui sempre subindo. Na vida empresarial só conseguimos subir com muito trabalho, com bons negócios e com as pessoas certas ao nosso lado para trabalhar. É muitas vezes enganado nos negócios?Já me senti enganado, mas agora é muito difícil. Vamos adquirindo uma auto-defesa, mas os outros também vão adquirindo formas novas de nos enganarem. É como o jogo do rato e do gato.Já alguma vez passou por um momento tão difícil na sua vida profissional?Nunca vivi momentos tão complicados no sector automóvel, onde trabalho. A partir de 2008 as vendas começaram a cair. Felizmente a minha empresa já tem raízes e tem conseguido aguentar-se. Sou uma pessoa optimista, mas a verdade é que isto ainda vai demorar a recompor-se. Vivemos anos de ouro, mas muitos empresários não souberam aproveitar e gastaram mais do que aquilo que ganharam. Ainda vale a pena tirar um curso universitário?Penso que ainda vale a pena investir num curso superior. Infelizmente não tive essa oportunidade. A experiência é meio caminho andado, mas um curso ajuda a complementar. Tem uma página criada no Facebook?Tenho, mas confesso que não ligo muito às novas tecnologias. Não exponho lá a minha vida particular, não concordo com essa forma de estar. A nossa privacidade deve ser valorizada. Há trinta anos que tenho computadores, mas só os utilizo para o mínimo indispensável. Já alguma vez pensou em ser vegetariano?Nunca. Só deixava de comer carne, peixe ou beber vinho se tivesse alguma doença. Gosto muito de trabalhar, mas também gosto muito de comer e beber. Gosto de bacalhau, uma boa sardinhada ou um bom cozido à portuguesa. Nunca pensou em vir trabalhar de bicicleta?De vez em quando venho. Moro a perto de 5 minutos. O meu passatempo é o ciclismo e de vez em quando dou umas voltas. É o meu desporto. A sua vida dava um livro?Dava um bom livro. Tenho uma grande experiência e visão da vida e já passei por muitas dificuldades. Tinha quatro anos e já ajudava os meus pais. Depois de terminar a quarta classe fiquei empregado e nunca mais deixei de estar empregado. Penso que teria muitas coisas interessantes para contar. Trocava Benavente por Lisboa para morar?Não, gosto desta pacatez. Já morei em Alverca e Sacavém e chegou-me. São locais que cansam devido ao movimento.