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Empresária por acidente já não se vê a fazer outra coisa

Empresária por acidente já não se vê a fazer outra coisa

Tânia Honório é sócia-gerente da “Tomar Saúde”, empresa que presta serviços na área da saúde e estética

Muitos clientes da “Tomar Saúde” são pessoas idosas ou em fase terminal mas as relações empresa-paciente não terminam com o óbito. A filosofia do seu negócio passa por tratar o paciente como se fosse da família.

É curiosa a forma como Tânia Honório, 36 anos, sócia-gerente da “Tomar Saúde” na Av. D. Nuno Alvares Pereira, em Tomar, se tornou empresária há sete anos no ramo da prestação de cuidados de saúde ao domicílio devido a um acidente de automóvel que a manteve inactiva, profissionalmente, durante três anos. “Precisei de apoio domiciliário e, na altura, não havia numa única empresa que prestasse este tipo de serviço. A seguradora também não tinha ninguém que me pudesse auxiliar, por exemplo, na higiene diária, na limpeza da casa, na confecção de refeições ou, simplesmente, para me fazer companhia. Foi após sentir esta necessidade que me lembrei de abrir uma empresa de apoio domiciliário”, conta. A empresa foi fundada com a irmã e mais dois sócios (com o apoio de alguns médicos que ali se disponibilizaram a dar consultas) mas, actualmente, Tânia é a única sócia-gerente, o que a obriga a uma polivalência de funções. “Acabo por fazer de tudo um pouco desde a organização da agenda, o atendimento ao público, a esterilização do material ou a ser assistente de consultório”, ilustra.Inicialmente, a “Tomar Saúde” dedicava-se a prestar serviços de saúde, tanto a nível de consultas médicas no espaço como no apoio domiciliário mas, actualmente, estendeu a sua área de actuação às áreas da estética e bem estar procurando ir ao encontro de outro tipo de clientes. “A esteticista, no caso da pessoa não se poder deslocar até nós, também vai ao domicílio”, refere. As especialidades na área das medicinas alternativas foram reforçadas, a pediatria foi implantada, tal como a venda de material ortopédico e de produtos homeopáticos. Outro aspecto singular é o de colocar, a breve prazo, à disposição dos clientes um tatuador profissional. “Temos que ir para todas as áreas para que o negócio vingue”, refere.Muitos clientes da “Tomar Saúde” são pessoas idosas ou em fase terminal mas as relações empresa-paciente não terminam com o óbito. “Nunca deixamos a família desamparada até porque acabam por ser apegar a nós e vice-versa. Tentamos, nos dias que se seguem, aparecer ou ligar às horas a que estavam habituados”, refere Tânia Honório que acaba por desenvolver uma relação emocional com quem procura a “Tomar Saúde”. A filosofia do seu negócio passa por tratar o paciente como se fosse da família. “Há pessoas que acham que devíamos colocar distâncias. Mas, a meu ver, quanto mais cativarmos as pessoas melhor corre o trabalho. São pessoas que necessitam, sobretudo, de um carinho da nossa parte e de sentir que estamos ali para as ajudar”, exemplifica, considerando que é importante deixar sempre uma boa impressão no cliente.A empresária tomarense, que em criança sonhava ser cabeleireira, trabalhou vários anos numa clínica de saúde no Entroncamento onde fazia de tudo um pouco. A prática e a experiência deu frutos. “O primeiro serviço de apoio domiciliário apareceu-nos sem estarmos à espera. Foi um caso urgente. Lembro-me que não tinha ninguém destacado e recordo-me de pensar que era capaz de o fazer. Agarrei na mala que devia, fiz o serviço, correu bem e acabámos por ficar com o cliente bastante tempo”, recorda.Para Tânia Honório a fronteira entre a empresária e a trabalhadora é ténue. “Eu abraço sempre o meu trabalho e não me vejo apenas como a gerente. Quando me perguntam o que faço digo que trabalho na TomarSaúde”, responde. E, apesar de não ter formação na área de gestão, diz que já não se via a fazer outra coisa na vida. “Mesmo que ganhasse o euromilhões, acho continuava a fazer o que faço”, atesta. Com uma vida familiar preenchida, acabou por ter que impor horários. Quando tem tempo livre gosta de fazer peças em Arraiolos para si e para as amigas, por isso, se um dia tivesse que mudar de profissão a direcção escolhida apontava para o artesanato.
Empresária por acidente já não se vê a fazer outra coisa

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