Câmara de Azambuja paga 7 mil euros de juros de mora por falhar prestações de empréstimo
A situação financeira do município de Azambuja continua grave e já levou a que a câmara não tenha conseguido honrar os seus compromissos com a banca. Duas prestações não foram pagas a tempo e a conta agravou-se.
A Câmara Municipal de Azambuja atrasou-se a pagar duas prestações de um empréstimo contraído pela Empresa Municipal de Infra-estruturas de Azambuja (EMIA) e por causa disso foi obrigada a pagar sete mil euros de juros de mora e de encargos financeiros à Caixa Geral de Depósitos.Em causa está o não pagamento das prestações de Dezembro e Maio de um empréstimo contraído pela EMIA para realizar obras no concelho no valor total de sete milhões de euros, que não foram liquidadas por falta de dinheiro. Azambuja é um dos municípios que aderiu ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), tendo recebido 3,548 milhões de euros para pagar dívidas vencidas e não pagas a fornecedores.O vice-presidente do executivo, Luís de Sousa (PS), explica que além da falta de verba disponível para liquidar o empréstimo, o pagamento também se atrasou devido a um complicado processo de extinção da empresa municipal que prevê a transferência das dívidas e proveitos da EMIA para os cofres da câmara. “Não se fez o pagamento porque não havia dinheiro, além de estar tudo ainda complicado com a extinção da EMIA. Mas as duas prestações que ficaram em falta já foram pagas e toda a situação já está normalizada”, regista Luís de Sousa. Para normalizar a situação a câmara desembolsou 527 mil euros das duas prestações em falta, já com os encargos e juros de mora incluídos.A oposição critica a forma como a câmara tratou do assunto e é unânime a ideia de que, num município em dificuldades, perder milhares de euros em juros de mora é revelador de incompetência. “É uma situação insustentável que revela as dificuldades da câmara. Sempre fomos contra o facto de a EMIA servir como veículo para contrair mais dívida. Nesta como noutras matérias houve pouca ponderação da maioria, que deu o flanco e pôs em risco a imagem do município junto da banca”, critica António Nobre (CDU). Para António Jorge Lopes, da coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, a situação é “um claro sinal de incompetência” e é revelador da “desorientação” que tem crescido dentro da câmara desde que o presidente Joaquim Ramos se ausentou por motivos de saúde. “Há muito que vínhamos alertando para os riscos desta operação de dívida e antecipámos este tipo de problemas. A maioria é que não nos quis ouvir”, lamenta.
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