Os funcionários da Câmara de Azambuja que ganhem até 600 euros irão receber o subsídio de férias na totalidade em Junho, mas todos os outros terão de esperar mais tempo para receber a totalidade do dinheiro. A informação foi confirmada a O MIRANTE pelo vice-presidente do executivo, Luís de Sousa (PS). Além do tecto de 600 euros, quem tiver vencimentos entre os 600 e os 1100 euros vai receber o valor em percentagens mensais mas acima desse valor a perspectiva é de que o subsídio venha a ser pago apenas em Novembro. A situação é causada pela falta de liquidez da câmara, que não tem disponíveis os 300 mil euros necessários para pagar os subsídios de férias aos 340 funcionários do município. “Esta decisão do Tribunal Constitucional não estava prevista e vamos ter de rectificar o orçamento, que é algo que demora a ser feito. De momento não temos a verba necessária para fazer estes pagamentos. Vamos começar a usar o dinheiro do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e se conseguirmos ter disponibilidade financeira antes de Novembro iremos pagar os subsídios antes dessa data”, assegura Luís de Sousa a O MIRANTE. A situação está a dividir e a deixar revoltados alguns funcionários que dizem não perceber por que motivo há discriminação de valores. “É lamentável que o PS tome esta decisão. O que era exigido é que todos os trabalhadores recebessem o subsídio este mês”, critica António Nobre, vereador da CDU. Do lado da coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, o vereador António Jorge Lopes diz que “há muito vem alertando” para o facto da câmara não ter dinheiro para pagar os subsídios. “Lamentamos que não possam pagar e nota-se uma grande falta de capacidade de gestão. É um direito dos trabalhadores”, critica.Azambuja, recorde-se, é um município que está a braços com uma dívida de 27 milhões de euros e incluiu no seu orçamento para 2013 uma verba de 3,548 milhões de euros do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) para pagamento de dívidas vencidas e não pagas até 31 de Março de 2012.Várias câmaras decidiram pagarAlgumas câmaras da região como Santarém, Vila Franca de Xira, Vila Nova da Barquinha e Salvaterra de Magos decidiram pagar os subsídios de férias na totalidade aos seus funcionários, depois da Direcção Geral das Autarquias Locais (DGAL) ter determinado que a Câmara de Vila Franca podia pagar o subsídio de férias completo a todos os funcionários este mês, por não ter encontrado na lei nada que a impedisse de proceder ao pagamento.