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Filho de peixe sabe pilotar

Filho de peixe sabe pilotar

Sandro Peixe é filho do ex-piloto César Peixe e já dá cartas no mundo do motocross

O jovem de Glória do Ribatejo, Sandro Peixe, seguiu as pisadas do pai e já dá cartas no mundo do motocross. Depois de ter realizado a melhor temporada da sua ainda curta carreira, o piloto foi convidado para participar no campeonato internacional de motocross que se realiza em Montecatini, no norte de Itália. A oportunidade “única” levou-o a interromper o primeiro ano do curso de Ciências e Tecnologias Ambientais, que pretende retomar assim que as motas o permitirem. O maior sonho do jovem de 18 anos é sagrar-se um dia campeão mundial.

Já diz o ditado popular que “filho de peixe sabe nadar”. E neste caso o provérbio aplica-se na perfeição mas podia ser ligeiramente alterado para “filho de peixe sabe pilotar”. Sandro Peixe, 18 anos, é piloto de motocross por culpa da família. O pai, César Peixe, foi piloto de motocross durante vários anos e obteve algum sucesso na modalidade. O avô materno, Abílio Fernando, foi o primeiro campeão nacional de motocross e o avô paterno, Roberto Peixe, além de trabalhar numa oficina de motorizadas também competiu na modalidade, assim como o tio materno.O jovem de Glória do Ribatejo foi campeão nacional de motocross MX2 em 2012 e revalidou o título o ano passado. Também venceu o Campeonato Nacional de Juniores MX2 e o Campeonato Nacional de Supercross, classe SX2. Sandro Peixe considera que a época passada foi a melhor da sua ainda curta carreira e que esse sucesso foi o impulsionador para a grande aventura da sua vida desportiva: participar no campeonato internacional de motocross que se realiza na cidade de Montecatini, no norte de Itália.Sandro foi convidado para integrar a equipa italiana JK Racing. Os objectivos em Itália são aprender o máximo possível e evoluir. “A minha preparação e a da minha equipa têm em vista o campeonato europeu que arranca em Abril. Este campeonato internacional serve para evoluir e habituarmo-nos a este tipo de competição”, sublinhou. O piloto garante que não vai desistir do seu sonho e ambiciona vir a ser um dia campeão mundial conquistando uma “vitoriosa” carreira internacional.O maior ídolo é o seu pai. Foi com ele que tudo começou e a quem o jovem agradece tudo o que aprendeu. A primeira vez que experimentou uma mota tinha cinco anos. O pai comprou-a para ensinar Sandro e a irmã, caso eles quisessem aprender. “O meu pai nunca nos colocou qualquer pressão para aprendermos a andar de mota. Foi sempre tudo muito tranquilo”, revela. Actualmente tem uma mota em Portugal e outra em Itália mas em breve o número vai duplicar. Já perdeu a conta ao número de motorizadas que teve mas, garante, foram mais de quinze.Sandro Peixe recorda quando o pai treinava miúdos da aldeia e ele o acompanhava. Quando o tempo começava a aquecer, o jovem piloto recorda que divertiam-se tanto que só deixavam a pista já de noite. Tinha dez anos quando participou na primeira corrida que decorreu em Paço dos Negros. Não se lembra em que lugar ficou mas não esquece a satisfação e orgulho por participar numa prova.Muitas saudades da comida da mãe e da avóA adaptação a Itália não tem sido fácil. Estar longe da família, amigos e da namorada tem sido a prova mais difícil de superar ao longo de toda a jornada. Os seus dias são passados a treinar (é o que ocupa a maior parte do tempo) ou a tratar dos equipamentos e da sua alimentação. Apesar de não dominar a língua, aos poucos vai conseguindo conhecer pessoas e fazer novos amigos. Montecatini é uma cidade bem diferente da pacatez de Glória do Ribatejo. No entanto, Sandro considera que o povo italiano é muito parecido com o português.Além de sentir falta da família, o jovem confessa que tem “muitas saudades da comidinha da mãe e da avó” e do tempo garantindo que Portugal tem um clima “fantástico”. Por agora está dedicado a 100 por cento à carreira desportiva mas Sandro Peixe tem noção que este, além de ser um desporto caro, também tem prazo de validade. Por isso, quando tiver tempo pretende retomar o curso de Ciências e Tecnologias Ambientais onde frequentava o primeiro ano quando surgiu a oportunidade de ir para Itália.
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