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Obstinado Manuel Serra d’Aire

A reforma do mapa judiciário português faz-me lembrar a construção da igreja da Sagrada Família, em Barcelona: nunca mais está acabada e nunca se conhecerá uma versão definitiva, porque as modificações e acrescentos são constantes. Os tribunais da Golegã e de Alcanena, por exemplo, já foram dados como mortos em algumas versões do mapa proposto pelo Ministério da Justiça, o que aliás motivou fortes reacções de protesto e até um caixão à porta do Tribunal da Golegã. Mas, tal como no caso da célebre notícia sobre o falecimento do escritor americano Mark Twain, também o anúncio da extinção desses tribunais foi manifestamente exagerado. Ou não, porque com gente tão ziguezagueante nunca se sabe. A GNR levou a cabo (adoro esta expressão!) na semana passada a operação “Perro”. Ao contrário do que o nome poderia sugerir, não se tratou de uma operação destinada a combater o reumatismo mas sim visando a fiscalização de posse de cães. Os resultados foram surpreendentes. Ao longo de dois dias, em todo o distrito, foram detectadas apenas 30 infracções. Mas eu garanto que se os guardas tivessem passado uma manhã de fim-de-semana no jardim perto da minha casa tinham dobrado a parada só com os infractores de quatro patas que ali vão vazar os intestinos, depois da ração matinal, enquanto os donos fazem de conta que não os conhecem.Manel tens andado a pedir as facturas da bica e da mini para te habilitares ao sorteio dos automóveis que começa em Abril? Eu já decidi que não vou em lotarias. Com o azar que tenho, ainda acabava por ganhar o carro de luxo e depois queria ver quem pagava a gasolina, o seguro e o imposto de circulação. Já para não falar do aluguer da garagem, porque uma bomba daquelas não podia ficar ao relento. A nova presidente da Câmara de Tomar não pára de surpreender, com decisões que merecidamente lhe poderão valer o cognome de La Pasionaria do Nabão. É rara a semana em que a socialista Anabela Freitas não nos surpreende com medidas ou posições revolucionárias, aliás um pouco na senda do que fazia o seu actual chefe de gabinete, Luís Ferreira, quando era vereador dessa autarquia. Como tu bem dizes, dar um dia por mês de tolerância de ponto aos funcionários da câmara arruma realmente qualquer veleidade de o Arménio Carlos ou o seu conterrâneo Mário Nogueira ficarem nas primeiras páginas da História do sindicalismo português. Mas só um dia não será pouco?E que dizes tu do tenebroso crime ocorrido em Panascos, no Sardoal, onde um habilidoso larápio, com a ajuda de uma cana de pesca, sacou uma série de raspadinhas através da janela de um café. É necessário que as autoridades dêem mais atenção a este tipo de criminalidade sofisticada que aterroriza as nossas aldeias e que venham a terreiro esclarecer os panasquenses, e a opinião pública em geral, sobre uma série de questões pertinentes e que a mim roubam o sono. Será que o larápio tinha licença de pesca válida? E, se sim, que isco terá usado? As raspadinhas apanham-se bem com amostra ou é melhor usar asticô? Inchado de dúvidas me vou.Um bacalhau à lagareiro do Serafim das Neves

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