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Fluorescente Serafim das Neves

Uma senhora de Marinhais decidiu plantar uma Macieira à porta de casa, no espaço onde antes estava uma outra árvore que a Junta de Freguesia tinha arrancado há dois anos. Antes que comeces a escrever um poema sobre este belo gesto daquela cidadã, informo-te que ainda ela estava a lavar as mãos sujas de terra e já tinha à porta o secretário da autarquia local a notificá-la para arrancar a dita cuja árvore. Segundo explicou o representante do povo a Junta precisava do canteiro para colocar uma das várias árvores que já comprou para aquelas sessões de propaganda ambiental que as autoridades costumam promover no Dia da Árvore. Em vez da Macieira a Junta quer pôr no local um Jacarandá, explicou o notificador.A cidadã a quem tu ias dedicar um poema pelo seu lindo gesto já disse que não arranca a árvore. Eu acho que ela faz muito bem. A macieira remete-nos para o Jardim do Éden e para o lado sedutor da Eva que tentou o Adão, originando o famoso Pecado Original. Do Jacarandá pouco ou nada se sabe. Pelo menos não há qualquer indício que existissem Jacarandás no Paraíso. Se a Junta de Freguesia quer ir para o Inferno, que vá lá arrancar a árvore bíblica. E se quiser ir para o Inferno a cem à hora que a vá arrancar no Dia da Árvore. Já agora lembro que foi uma maçã que um tal Guilherme Tell colocou em cima da cabeça do filho para testar a sua pontaria com as setas, como te recordarás. Eu confesso-te que quando li esta história da senhora, do secretário da junta e da Macieira até senti um aperto na minha Maçã de Adão. A propósito do fruto proibido, nome porque ficou metaforicamente conhecida a Eva...perdão, a maçã que o Adão papou, quero dizer-te que, apesar da história estar na Bíblia e em todos os livrinhos da catequese cristã, ainda há muita gente que não sabe que o proibido é sempre o mais apetecido. É o caso do presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão, no concelho de Benavente. Vê lá tu que o senhor resolveu disponibilizar uma parede lá da terra para quem quiser fazer grafitis. Enfim...pelo menos Santo Estêvão vai ter uma parede sem grafitis. Exactamente aquela que o autarca disponibilizou para grafites. Queres uma aposta??!! De Tomar continuam a chegar contributos para um manual das boas práticas municipais. Desta vez não se trata de dar mais dias de férias para compensar perdas de rendimentos dos trabalhadores; de mudar datas de aniversários de instituições ou de incentivos ao reagrupamento familiar como aconteceu quando a presidente mandou chamar para seu chefe de gabinete o seu companheiro. Trata-se de acrescentar um pouco de tempero às sempre insípidas atribuições de medalhas da cidade. A última distinção do género tinha sido atribuída ao professor José-Augusto França. Agora que o município queria atribuir também uma ao grupo pop/rock Quinta do Bill, foi decidido alterar o regulamento para não haver misturas. Ou seja, o professor recebeu de acordo com o regulamento velho. Os músicos recebem segundo o regulamento novo. Cá por mim espero que mantenham este saudável hábito de mudar de regulamento de cada vez que derem uma medalha. Assim os distinguidos sentem que são realmente únicos e que também é única e inconfundível a gestão municipal naquele histórico concelho. Em Samora Correia um enorme enxame instalou-se à porta do supermercado Pingo Doce e foi um apicultor que o teve que ir recolher. Que as abelhas tenham escolhido logo o supermercado que tem Doce no nome eu até compreendo mas que o presidente do conselho de administração do Grupo Jerónimo Martins, não tenha posto imediatamente as abelhas a produzir mel a custo zero para as lojas do grupo, nem parece dele. Um abraço sem ferrãoManuel Serra d’Aire

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