De empregado a patrão mas sempre com a mesma vontade de aprender
Luís Vasconcelos é gerente da empresa COMET - Construções Metálicas, sediada em Moreiras Grandes, Torres Novas
O empresário continua a preferir estar na oficina do que sentado à secretária de volta dos papéis.
Acalentava em criança o sonho de ser piloto de aviões mas o facto de ter saído da escola no sexto ano levou a vida a tomar outro rumo, sendo hoje um conceituado empresário. Aos 14 anos já trabalhava como aprendiz numa oficina de serralharia civil, em Moreiras Grandes, Torres Novas, onde fazia trabalhos em ferro e alumínio, sendo aqui que aprendeu sobre o ramo. Manteve-se em actividade até finais de 1992, momento em que tomou a decisão de se lançar num negócio por conta própria. Luís Vasconcelos, 47 anos, é gerente da empresa COMET - Construções Metálicas, Lda, que se orgulha de estar presente no ramo da metalomecânica, tendo sido nos últimos anos reconhecida como PME Líder.Fruto de um investimento próprio e sem qualquer financiamento a fundo perdido, surgia a 8 de Março de 1993 a COMET que, durante oito anos, geriu com um sócio, e à qual se dedica afincadamente. Vinte e um anos depois, apesar de ter passado de empregado a patrão, mantém a mesma vontade de aprender. “Considero que estou sempre a aprender. Ainda agora fizemos uma certificação em soldadura e eu fiz questão de fazer também”, atesta o empresário torrejano. Luís Vasconcelos reconhece que é difícil, enquanto empresário, desligar do trabalho mesmo à noite ou ao fim-de-semana. “Temos vindo a crescer, também nas instalações físicas, mediante as nossas possibilidades. Actualmente somos 19 empregados”, refere o empresário que continua a preferir estar na oficina do que sentado à secretária de volta dos papéis. O sucesso da COMET, diz, é fruto de muito trabalho, dedicação e sorte com os clientes que têm tido e mantido até à data. Exigente com a sua equipa de colaboradores, entende que todos devem remar para o mesmo lado, trabalhando com rigor para deixar o cliente satisfeito. As questões pessoais devem ficar à porta da empresa, mas quando sente que algum dos colaboradores está a passar por problemas também se mostra compreensivo. “Tudo o que sejam trabalhos em ferro nós fazemos. Desde estruturas metálicas, moldes metálicos para fazer pré-fabricados em betão ou contentores metálicos. O nosso forte, desde 2008, têm sido as ilhas ecológicas (contentores subterrâneos) e já exportamos 40 a 50 por cento, apesar de forma indirecta”, explica. Luís Vasconcelos atesta que 2011 foi o melhor ano, em termos económicos, para a empresa, assente na colaboração de todos os funcionários e na fidelização dos clientes. “Continuo a ser empregado na minha empresa porque, às vezes, quando os colaboradores não querem ou não sabem fazer tenho que fazer eu. Estou nos dois lados. Para mandar tem que se saber fazer ou saber dizer como é que se faz”, afirma. Há três anos decidiu, através do Programa Novas Oportunidades, voltar a estudar e tirou o curso de Formação de Serralharia, em horário nocturno, ficando com uma certificação profissional equivalente ao 12.º ano. Casado e com dois filhos, a família já se habituou a que tenha sempre o telemóvel ligado, para qualquer eventualidade. Por esse motivo, o empresário gosta de dedicar o pouco tempo livre que tem à família, tentando passar tempo de qualidade com os seus. Por norma, tira uma semana de férias por ano, embora mantenha a empresa de portas abertas. “Sempre que tenho tempo e posso, vou com a família dar um passeio até à praia. Gosto muito de ver o mar”, refere. A caça acaba por ser um escape para o empresário, que se descreve como uma pessoa calma e que toma sempre as decisões após muita ponderação. O seu lema de vida passa por trabalhar sem ambições. “Procuro nunca dar um passo maior que a perna. Pondero muito bem as minhas decisões”, atesta.
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