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Há políticos que pensam que Vila Franca é a sede de concelho e o resto é paisagem

Há políticos que pensam que Vila Franca é a sede de concelho e o resto é paisagem

Nuno Caroça, presidente da Assembleia de Freguesia de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, defende a descentralização de actividades municipais

Nuno Caroça, empresário, dirigente associativo, militante social-democrata, diz que a Póvoa precisa urgentemente de melhorar a sua imagem e captar investimento. O presidente da Assembleia de Freguesia de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa recusa a ideia de que a cidade seja um dormitório da capital e nota que os políticos têm de deixar de ver o concelho como sendo apenas a cidade de Vila Franca de Xira.

O presidente da Assembleia da União de Freguesias de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa considera que há políticos que pensam que Vila Franca de Xira é a sede de concelho e que as freguesias são paisagem. Nuno Caroça defende por isso que a câmara comece a descentralizar actividades para as outras localidades do concelho, realçando que “não nos podemos esquecer que houve uma grande evolução demográfica e que grande parte da população do concelho está hoje no triângulo Póvoa, Alverca e Vialonga”. O autarca, que é presidente dos Dadores de Sangue da Póvoa, diz que está na altura da freguesia ser ressarcida do facto de ter mais população: “Precisamos de mais investimentos públicos e mais actividades”. Entre os eventos que considera que podiam ser descentralizados está o Cartoon Xira e a bienal de fotografia. “Qualquer pessoa no sul do concelho, que não leia O MIRANTE ou não esteja atenta ao que a câmara faz, não se vai deslocar a Vila Franca para ver estas iniciativas. Se não forem os serviços públicos Vila Franca fica às moscas. As pessoas da Póvoa se querem comprar alguma coisa preferem ir ao Parque das Nações do que à sede de concelho. Quem vai a Vila Franca é para ir ao hospital”, critica.Para o social-democrata Nuno Caroça, empresário de profissão, é urgente afirmar a cidade da Póvoa de Santa Iria no mapa regional. Para isso é preciso trabalhar na sua imagem e captar investimentos que possam gerar mais emprego. “A Póvoa não é uma cidade dormitório. Há muita população residente mas falta emprego, e isso só se consegue com a dinamização da cidade e captação de investimento”, nota. E considera “inadmissível” que ainda exista gente a confundir Póvoa de Santa Iria com a vizinha Santa Iria da Azóia (Loures). “Estamos a falar de uma cidade com 80 mil habitantes. Precisamos de uma dinâmica diferente, que reúna não só os autarcas como a população, associações e entidades que fazem mexer esta terra”, refere.Nuno Caroça foi candidato à freguesia em 2009 e 2013, tendo perdido as duas eleições para o socialista Jorge Ribeiro. Acabou por ser eleito entre os seus pares para presidente da assembleia de freguesia. Garante que mantém com Jorge Ribeiro uma relação afável e de colaboração, evitando polémicas e avaliações ao trabalho do rival político. Mas há assuntos em que diverge. “Uma coisa de que não concordo é a existência de parquímetros no centro da cidade. É preciso salvaguardar os interesses dos moradores e dos comerciantes e até agora não me parece que isso esteja a ser feito”, sublinha.João de Carvalho perdeu a câmara por culpa do GovernoNuno Caroça considera que o candidato da Coligação Novo Rumo, liderada pelo PSD, e actual vereador na oposição, João de Carvalho, perdeu as eleições para a câmara por causa da má imagem do Governo. “O João não foi de bestial em 2009 a besta em 2013. Fomos claramente penalizados pela má imagem do Governo”, defende. O autarca admite que na concelhia do PSD a derrota custou a engolir. “Os resultados das eleições de 2013 decepcionaram-nos a todos”, lamenta.Nuno recusa a ideia de que o PSD de Vila Franca se encontre fracturado. “Há muita gente que fala em público mas depois na sede própria nem aparece. Existe essa ideia de que o partido está fracturado mas não corresponde minimamente à verdade”, nota.Nuno Caroça considera que o concelho de Vila Franca de Xira tem a sorte de ter bons políticos, da esquerda à direita. Para o autarca o caso da retirada dos pelouros à coligação no último mandato ainda é uma ferida por sarar no PSD local e por isso entende que Alberto Mesquita (PS), o novo presidente da câmara, fez bem em não dar pelouros à coligação. Um autarca e empresário que respeita as tradições ribatejanasNuno Miguel Caroça, 40 anos, natural de Lisboa, vive e trabalha na Póvoa de Santa Iria há quase duas décadas. Descobriu a cidade depois de se licenciar, quando foi dar aulas de contabilidade, economia e informática no Colégio Bartolomeu Dias. Licenciou-se em Informação, Gestão e Ciência Fiscal. Tirou uma pós-graduação em Marketing e Business Intelligence. Em 1995, juntamente com um sócio, criou uma empresa de informática na Póvoa, a Infortauros. É casado e tem um filho com seis anos. Filiou-se no PSD por influência de Rui Rei, Odete Silva e João Carlos Nunes. O seu ídolo no partido é o Presidente da República, Cavaco Silva. O autarca chegou a ser presidente do núcleo do PSD da Póvoa de Santa Iria e esteve na primeira linha da contestação à agregação de freguesias. Gosta de música e costuma ouvir Xutos e Pontapés e Depeche Mode. Na mesa-de-cabeceira tem livros de gestão e confessa que “raramente” lê romances. Nas férias prefere a praia ao campo e é benfiquista, apesar de nunca ter ido ao estádio. Os tempos livres são limitados mas tenta sempre brincar com o filho e passear com a família. Apesar de ter nascido em Lisboa diz que respeita as tradições ribatejanas. Gosta de coleccionar moedas e selos. Uma grande parte do seu tempo é dedicado ao movimento associativo. É vice-presidente da mesa da assembleia geral dos bombeiros da cidade e é presidente da Associação dos Dadores Benévolos de Sangue da Póvoa. Faz sempre as compras na cidade e só vai para fora quando não há na Póvoa o que procura. Diz que o objectivo para este mandato, enquanto presidente da assembleia, é cativar a população a aparecer nas sessões públicas. “Estou a estudar a realização de fóruns com o objectivo de discutir a cidade da Póvoa e a vila do Forte da Casa, sem entrar no campo partidário. Quero levar o cidadão comum a participar e a debater as questões da cultura, trânsito, segurança e outras”, explica.“Saí da ACIS de Vila Franca desiludido com as pessoas”Esteve dois anos na direcção da ACIS - Associação Empresarial de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos mas demitiu-se em Janeiro. Porquê?Há um projecto de internacionalização da ACIS que envolve 15 empresas e em que o próprio presidente da direcção foi de armas e bagagens para Moçambique. Uma coisa é sair esporadicamente e regressar. Outra, que não consigo compreender, é que numa reunião de direcção a única coisa em que se fale seja de Moçambique. O grosso dos associados da ACIS não quer saber de Moçambique, quer saber é dos problemas e desafios que têm no seu dia-a-dia. Por muito válido que seja esse projecto de internacionalização há que definir prioridades. Saiu desiludido?Saí desiludido com as pessoas. Como não concordo com essas situações não me sentia bem. Gosto de estar nos sítios para trabalhar. Não me identifico com situações em que as pessoas estão mais preocupadas com os seus interesses pessoais.Foi isso que o levou a dinamizar um grupo de empresários da Póvoa e Forte da Casa?Não! De forma informal já estávamos a fazer um grupo de dinamização do comércio local da Póvoa e Forte. Não quer dizer que daí venha a nascer uma associação empresarial. Para já o objectivo é através de um conjunto de vontades criar formas de participação e colaboração com os vários comerciantes. Se houver essas vontades fazem-se coisas, desde publicidades a eventos em conjunto.
Há políticos que pensam que Vila Franca é a sede de concelho e o resto é paisagem

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