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Tornou-se professora depois de casar com um português

Tornou-se professora depois de casar com um português

Licenciada em Gestão de Empresas optou por seguir a via do ensino
Licenciada em Gestão de Empresas, na vertente de Recursos Humanos, a vida de Valerie Santos sofreu uma viragem quando conheceu e se apaixonou pelo marido, de nacionalidade portuguesa, no Canadá. Depois de tirar o curso em Manchester (Inglaterra), onde trabalhou nos recursos humanos de fábricas, emigrou para Toronto com 22 anos, para trabalhar no Departamento de Recursos Humanos do Toronto General Hospital, com 1200 camas. Mais tarde, foi convidada para dirigir a Secção de Voluntariado do hospital, onde se incluíam 600 pessoas, que integrou durante seis anos. Nesta altura, ser professora estava longe dos seus planos. “Quando era criança dizia que queria ser cabeleireira mas a minha mãe não concordou”, conta, com graça, a O MIRANTE, no acolhedor gabinete do Centro de Linguas “Britannia House”, em Torres Novas. Natural do País de Gales, no Reino Unido, Valérie Santos chegou a Portugal em 1975 e, certo dia, respondeu a um anúncio de emprego de um Instituto de Línguas em Tomar que pedia uma professora de inglês. Foi aceite. Foi assim que o futuro se desenhou. Sair de Toronto, Canadá, para começar uma nova vida na pequena aldeia natal do marido, Adofreire, em Torres Novas, sem dominar a língua portuguesa e numa época em que as acessibilidades eram precárias, não foi fácil para Valerie. Quase quarenta anos volvidos, sente que os desafios foram superados e que as dificuldades lhe deram mais força para seguir em frente. Decidiu apostar na sua formação como professora, tirando vários cursos que lhe conferiram as competências necessárias para dar aulas de inglês a pessoas adultas de outras nacionalidades. “Como tinha a licenciatura e era nativa, fui à entrevista e comecei logo a trabalhar. Era engraçado porque os meus alunos, de Tomar, sabiam que não falava uma palavra de português. Então, eles ensinavam-me português e eu ensinava-lhes inglês”, recorda com um sorriso. Já dava aulas em institutos de línguas há 10 anos, quando a 15 de Outubro de 1991 decidiu abrir o seu próprio instituto, na Av. Manuel Figueiredo, em Torres Novas. Agarrou na experiência e formação acumuladas para se lançar num negócio próprio porque já tinha muitos grupos pequenos interessados em aprender inglês. “Obtive em 1991 o alvará do Centro de Estudos Britannia House e, em 2000, mudámos para uma sociedade, ficando com a designação de Centro de Línguas Britannia House”, conta. Em Inglaterra, Britannia representa a personificação feminina de uma ilha “que domina as ondas do mar”, nunca se deixando invadir por outro país. Bem disposta por natureza, Valerie ainda dá aulas a jovens, tendo sido convidada a ser examinadora dos exames orais ao candidatos à Universidade de Cambridge. No seu instituto, também trabalha com os alunos na preparação para estes exames, com vários cursos que são oficialmente reconhecidos pelo Ministério da Educação. Ministra ainda cursos para adultos que estão a pensar em emigrar e recorda que, no ano passado, ajudou a preparar um grupo de enfermeiras que foram trabalhar para Inglaterra. Sentir que pode fazer a diferença na vida profissional dos seus alunos é o mais gratificante para a professora que gosta sempre de receber notícias destes quando os reencontra mais tarde. E também gosta muito quando os ouve a falar, em inglês e com pronúncia inglesa, sem receios, a manifestar opiniões sobre a vida, durante as aulas.Manter a qualidade do ensino e fidelizar os alunos ao longo dos anos é um objectivo do seu trabalho, que já tem sucessão dado que a filha mais velha, Catarina Picton Santos, licenciada em Inglês pela Universidade de Coimbra também é professora neste instituto. A mais nova é jurista e também colabora em tudo o que pode. Quando não está a trabalhar, Valerie Santos gosta de passar tempo com os netos, de cozinhar, ir à ginástica, e conviver com amigos, dado que existem muitos ingleses que vieram viver para esta região e que promovem encontros com regularidade. Valérie Santos já se habitou à comida portuguesa, nunca foi muito de beber o chá das cinco, já é adepta da bica e até já conhece o significado da palavra saudade.
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