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Produtividade

Não restam muitas dúvidas que produtividade é a palavra mágica que cada vez mais terá de fazer parte do quotidiano, mesmo que alguns “velhos do Restelo” não queiram. A produtividade de que escrevo não tem nada a ver com “patrões ricos e povo na miséria”; trata-se da melhoria das nossas condições de vida. Aumentar o bem estar implica produzir o mesmo com menos recursos, e isto é a produtividade. Temos que trabalhar melhor e usar melhor todos os nossos recursos, a começar pelos humanos. Só assim conseguiremos ser mais ricos.Este caminho é incontornável em todos os contextos e dimensões, e, como militante convicto do local, estou certo que é a este nível que o tema se torna mais premente. O tempo o dirá a quem não quiser ver.Não há mais recursos, não há mais pessoas e os custos da água e energia são cada vez maiores. Conclusão: mais riqueza, isto é, melhor vida, só mesmo com o factor produtividade. Não se admite maior carga fiscal e, por outro lado, exigimos melhores serviços públicos. Como fazer? Só com maior eficácia na criação de riqueza coletiva. Para que isto seja possível é necessário mais criatividade e inovação. O aumento da produtividade a longo prazo, sobretudo à escala local, depende da introdução de novas ideias, isto é inovar. Como foi dito um dia, as ”ideias têm uma relação sexual umas com as outras”. Um bom ambiente de contacto de ideias cria as condições para a geração com sucesso de novas ideias. É no local real e não virtual, como muita vezes se considera, que este clima de contacto é mais eficaz.É nesta base que deve assentar a melhor das competitividades territoriais, designadamente na facilidade de acesso à informação (as ideias geram ideias). Porque acredito profundamente na escala local como resposta aos grandes desafios destes tempos. Porque quero acreditar muito mais em oportunidades do que em crise e porque tenho excelentes exemplos à porta de casa, escrevo novamente sobre a importância da biodiversidade. O meio natural que nos rodeia é o nosso maior recurso que devemos aproveitar.Portugal tem um défice alimentar da ordem dos 37% e estes alimentos que nos faltam têm que ser produzidos no campo. Eis, mais uma vez, a oportunidade do campo. Cruzando a A23 até um cego apreende um imenso território com água e solo. Que mais necessitamos? Portugal é um dos países europeus com mais disponibilidade de água. Temos de saber tirar vantagem desta realidade. Se sairmos deste eixo rodoviário principal vamos encontrar floresta, o Zêzere, entre outros, e tudo o resto que lhe está associado. A tal biodiversidade que grande parte da Europa já não tem. A tal economia verde, que nos entra em casa pelos ecrãs, não pode ser só impostos. Falta o mais importante e isso está na nossa terra. Façam o favor de não lamentar os 10 cêntimos dos sacos de plástico: levem um cesto às compras e façam o trabalho do cálculo do valor da vossa natureza. Em tempo de orçamento para 2015 invistam no que vale a pena.Carlos Cupeto

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