Vai fazer como a maioria dos portugueses e vai rumar ao Algarve de férias?Já tive duas semanas em Julho, mas 10 dias gastei na tasquinha da AREPA na Semana Gastronómica de Samora Correia. O resto foi dormir! Agora só em Dezembro, por cá, como sempre, à lareira.Nunca passou férias fora do país? Qual é a sua viagem de sonho?Nunca. Estes 10 anos no folclore da AREPA levam-me as férias todas. Viagem de sonho tenho uma, que até nem é difícil de realizar, falta é tempo, que é ir aos Açores. Não é um sonho assim tão grande, está para breve, mas não em Dezembro que senão enjoo no mar (risos).Quem é que gostava de encontrar em férias?Já não está entre nós, mas gostava de encontrar a Princesa Diana. Queria saber mais da vida dela, da vertente humanitária e de caridade dela com os miúdos necessitados. Sempre me tocou essa faceta.Se ela tivesse vindo ao Porto Alto e tivesse que lhe dar jantar, o que é que lhe servia?Talvez um bom torricado. Apesar de eu estar farta de comer torricado mas era o que lhe dava. E um arroz doce para sobremesa.Como é que está a cultura no concelho de Benavente?Está fraca. Não há meios para mais. As pessoas acomodam-se à espera de subsídios e de que as coisas venham do ar e isso não pode ser. Devia haver mais, é um facto, mas também era preciso mais apoio médico. Por isso, nós temos de procurar o que queremos que a nossa cultura seja, nós é que temos de ir um pouco mais além. O que vier a mais é óptimo, mas não podemos parar, porque senão, não conseguimos levar as nossas tradições mais longe.Quem é que merece um cartão vermelho na cultura em Portugal?O Governo claramente. Não percebo nada de política, mas não acho que seja só na cultura. Deveria haver mais apoio ao povo que tanto luta. Mas, por vezes até fico feliz, porque se vai vendo os grandes com buracos tão grandes nas suas vidas e os pequenos com uma linha tão direitinha que até orgulha.O que é que gosta de ler em férias?De tudo um pouco, mas coisas que me façam abrir a mente. Gosto muito de livros que me façam pensar positivo. Por isso, qualquer autor que me leve a pensar positivo, que me faça elevar o espírito e ver que há uma luz no fundo do túnel. Gosto muito de ler Alexandra Solnado. É uma escritora esotérica, controversa, mas como também já estou habituada a ser do contra…Em que é que é do contra? Por norma, quando me dizem que não vou conseguir as coisas. Sou muito teimosa. Gosto de ser picada. É por ser Capricórnio (risos).É muito difícil comandar os elementos no rancho?A contar com pais e avós são 100. Mas é muito complicado lidar com os pais e com os avós. Com os meninos não é. É muito fácil criando uma base de confiança entre ensaiadora e dançarinos, neste caso entre tia e sobrinhos. É assim que nós nos tratamos aqui na Escolinha de Folclore onde já há 34 meninos. É tudo numa base de respeito mútuo.É mais difícil lidar com os seus filhos ou com os meninos do rancho?Lidar com os filhos em casa é simples, porque foram criados de uma forma a perceberem o sim e o não. Já lidar com eles aqui no rancho folclórico, onde também estão, é mais complicado, porque acabam por ouvir mais do que os outros.Já praticou desporto?Só na bancada. Aqui na do Estádio da Arepa e na do Benfica (risos).E gosta do Rui Vitória, um ribatejano à frente do seu clube?Ainda não o vi bem com a camisola vestida. Foi uma troca um pouco em falso. Mas, se o presidente achou que era boa solução cá estamos para ver. Costumo ir pouco ao futebol, mas quando venho mais é à AREPA. Tenho um filho a jogar cá.Vibra muito e enerva-se nos jogos?Muito. Posso dizer que sou super mal-educada nos jogos. Já chamei tudo ao árbitro, do pior que se possa imaginar. Salta-me a tampa, mas não chamo só aos árbitros. E, ao contrário dos homens, não preciso de combustível a mais para acelerar com um jogo, até porque nunca bebi uma bebida alcoólica. Nem quando estou na passagem de ano. Só levanto o copo e poiso logo. Mas, quem sabe um dia…Fazem falta mais mulheres a dirigir clubes ou secções como você?Acredito que há homens com muito valor, mas as mulheres têm mais força, desanimam menos que os homens. Quando há um problema, os homens desmotivam por pouco. As mulheres não, temos mais garra.Um dia destes vai convidar o presidente da Câmara de Benavente para dançar folclore?(risos) Não faço a mínima ideia se ele tem jeito para dançar, mas acho que não deitava a toalha ao chão. Mas vou-lhe lançar o desafio no fim-de-semana!