Abrantes lamenta fim do projecto de integração da comunidade cigana
Não aconteceu só com a mediadora cigana de Abrantes. Todos os mediadores acabaram os contratos! Com tanto dinheiro que está disponível desde dois mil e treze e depois de tanto trabalho que tiveram e de tantas acções de formações, é pena. Afinal o trabalho feito serviu para quê? Dinheiro jogado fora para agora as pessoas voltarem para a venda nas feiras. E logo numa altura em que as feiras já não são o que eram e não dão para o sustento das famílias. O governo diz para estudarem e integrarem. É desta forma que se mostra que há vontade de integração? Valorizar esta etnia? Fomentar o empreendedorismo? Ganhar cidadania? Cada vez acredito menos ou nada nos políticos. Fico por aqui para não perder a razão. Adérito MontesO fim do apoio para mediadores ciganos é o reconhecimento de mais uma das famosas políticas de integração daquela etnia. Os ciganos não querem ser integrados. Não querem deixar de ser ciganos. Querem viver com os seus hábitos, costumes e leis de vida. Ainda não desapareceram porque não aderiram em massa às políticas de planeamento familiar e aos métodos de contracepção. As pessoas que pensam que este é um problema fácil de resolver, nomeadamente as que defendem soluções de força para pôr, como dizem, os ciganos a “trabalhar” não compreendem nada deste fenómeno. Nós, os não ciganos, abdicamos da nossa liberdade diariamente sem luta. É natural que queiramos arrasar os que resistem ao denominado progresso e integração e que teimam em ser livres, como os ciganos. Os incas, os astecas, os índios americanos e as tribos amazónicas são um bom exemplo do preço a pagar para ser livre e para se viver como se escolheu viver e não como nos querem obrigar a viver. Nós cá vamos andando com a canga no pescoço a puxar a carroça da civilização do dinheiro. Falta acabarem-nos com a poesia e o sonho porque são coisas que não são rentáveis.Maria Teresa Centeio
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