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Francisco Pinto Balsemão alerta para tentativa de classificar o ruído da “net” com informação

Francisco Pinto Balsemão alerta para tentativa de classificar o ruído da “net” com informação

Presidente da Impresa diz que prémio de O MIRANTE o estimula a prosseguir

O presidente do grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão, alertou para o perigo das tentativas deliberadas que estão a ser feitas para equiparar o ruído do que corre na net e nas redes sociais a verdadeira informação.

Falando quinta-feira, ao fim da tarde, na cerimónia de entrega dos Prémios Personalidade do Ano de O MIRANTE, que decorreu em Almeirim e que contou com a presença do ministro da Cultura, João Soares, o fundador do Expresso considerou que tais tentativas são teias urdidas na ignorância dos princípios que regem a comunicação social, a responsabilidade dos meios e as obrigações dos jornalistas.“Vivemos tempos de grande ruído na net e nas redes sociais que, não podem nunca deixar-se confundir com informação. Com informação propriamente dita, produzida por jornalistas com carteira profissional, obrigados a respeitar os seus estatutos, códigos deontológicos e de conduta, além do estatuto editorial das respectivas publicações e, nunca é demais sublinhá-lo, jornalistas profissionais sujeitos a sanções, no caso de incumprimento”, afirmou. Francisco Pinto Balsemão, que foi considerado Personalidade do Ano - Nacional pela redacção de O MIRANTE, deixou algumas ideias sobre as consequências de uma redefinição do conceito de órgão de comunicação social, defendendo que “(...) ter a presunção de que é possível controlar ou monitorizar o que corre na net é uma ilusão que traria consequências muito graves porque iria criar uma Babel de propaganda e jornalismo, informação e pseudo-informação, ataques e devassa da vida privada, tudo feito à sombra do cobarde anonimato que a net permite em tantos casos”. E concluiu com duas questões: “Onde iria parar o direito de resposta e rectificação? Como poderia o cidadão defender-se e salvar a sua honra?O presidente do grupo Impresa explicou que acompanhou o crescimento de O MIRANTE desde a altura em que surgiu como um mensário com uma tiragem de dois mil exemplares e elogiou a capacidade de o jornal se ter adaptado aos tempos modernos, sem nunca perder a sua identidade. Segundo ele, tal situação contraria as vozes de mau agoiro que, por não serem capazes de enfrentar as mudanças optam por denegrir a cada passo as vozes da imprensa, especialmente da imprensa regional.“À globalização que era considerada um fantasma avassalador que vinha arrasar a nossa cultura, os nossos usos e costumes com tantas outras doutrinas e civilizações, responderam O MIRANTE e outros líderes da imprensa regional com o seu talento. Com o seu talento de captar a proximidade dos leitores, resguardando o que é genuinamente nosso. Às novas tecnologias e ao online responderam também, adaptando, na medida das suas possibilidades, os benefícios que essas novas tecnologias proporcionam”, referiu, tendo deixado um elogio, não só a O MIRANTE mas a toda a imprensa regional. “É justo que se faça uma homenagem à imprensa regional. À sua capacidade de resistir às mudanças e às crises, atravessando o tempos, acompanhando a evolução mas sem perder a sua identidade”.Enfraquecer os media é contribuir para o fim da liberdade de expressão Na sua intervenção, feita após receber o prémio Personalidade do Ano - Nacional, Francisco Pinto Balsemão enumerou alguns exemplos de situações que estão a enfraquecer a comunicação social e consequentemente a liberdade de expressão e referiu-se em particular ao “puritanismo popularucho”. Lembrando que as empresas de comunicação social têm vindo a perder receitas devido à “longa crise cujo fim não vislumbramos” e ao uso e abuso que os agregadores fazem dos conteúdos informativos que não produzem nem pagam para lhes colarem publicidade, denunciou aqueles que tendem a considerar a publicidade “como a mãe de todos os males e a culpada de todos os excessos.O presidente da Impresa deu como exemplo “a campanha contra a obesidade das crianças, que animou o PS, o PAN e Os Verdes a apresentarem propostas de alteração ao Código da Publicidade para restringir, ainda mais, os anúncios a alimentos e bebidas com elevado teor de açúcar, gordura ou sódio, em certos horários na TV, quando se registar uma audiência mínima de 20% de menores de 21 anos”. E denunciou a tentativa de alargar para 30 minutos, sem publicidade, os espaços antes e depois dos programas infantis”, passando-se o mesmo “com patrocínios ao desporto, actividades culturais ou recreativas para jovens, onde não se pode exibir ou fazer qualquer menção de marcas de alimentos ou bebidas constantes do índice proibido”.Para Francisco Pinto Balsemão a sanha persecutória contra os media leva a que “seja legítimo interrogarmo-nos sobre se o verdadeiro e último objectivo não é impedir, inviabilizar a existência de jornalismo de qualidade, profissional e independente do poder político”.
Francisco Pinto Balsemão alerta para tentativa de classificar o ruído da “net” com informação

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