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Trabalhadores da Segurança Social de VFX com receio de voltar às instalações

Trabalhadores da Segurança Social de VFX com receio de voltar às instalações

Sindicato admite a hipótese dos funcionários com a saúde afectada avançarem em tribunal contra o Estado

Trabalhadores iniciaram greve por tempo indeterminado. Segurança Social teve reunião com a câmara municipal para saber se esta tinha uma localização alternativa para os serviços.

Os trabalhadores da Segurança Social de Vila Franca de Xira “chegaram ao seu limite” e sentem que estão a adoecer todos os dias, depois de mais de uma dezena de funcionários terem sido vítimas de doenças do foro oncológico e respiratório nos últimos anos. Suspeita-se da presença de amianto nas instalações mas não há ainda dados que o confirmem. Os funcionários não querem mais promessas de obras por parte do Instituto da Segurança Social e exigem que sejam colocados em novas instalações o mais rapidamente possível, tendo convocado uma greve por tempo indeterminado que arrancou na terça-feira, 1 de Março.“Esta casa é uma bomba-relógio”, alerta Alcides Teles, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, que acompanhou as cerca de três dezenas de trabalhadores que estiveram concentrados à porta do edifício na manhã de terça-feira. “Não estamos satisfeitos com as respostas que nos têm dado, dizem-nos que o problema está a ser tratado e que aguardam os resultados das análises que o Instituto Ricardo Jorge está a fazer. Mas os resultados demoram até 45 dias e isso é um prazo de tempo insustentável”, frisa o sindicalista. Alcides Teles diz que os problemas do edifício, situado na Alameda Capitães de Abril, estão identificados há anos mas nunca foram resolvidos. “O edifício faz parte da lista de potenciais edifícios com amianto desde 2011, e isso está publicado em Diário da República. Com as doenças o instituto fez o quê? Nada, nem sequer tem higiene e saúde no trabalho, não se preocupou com ninguém nem com os trabalhadores”, concluiu.A Segurança Social explica que “só se justificará a transferência de instalações” depois da análise do Instituto Ricardo Jorge determinar o tipo e perigosidade do amianto existente no local. Entretanto já foram adjudicadas a reparação das unidades de tratamento de ar e outras obras necessárias no local, como pintura de paredes, substituição de tectos falsos e reparação de partes degradadas do chão. O excesso de papel ali existente já foi eliminado, diz aquela entidade.A greve vai afectar centenas de utentes diariamente dos concelhos de Azambuja, Alenquer, Arruda dos Vinhos e Vila Franca de Xira. Trabalham naquele espaço 45 pessoas. Se não houver uma decisão de mudança até ao final da semana os trabalhadores prometem concentrar-se à porta do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.“Em termos psicológicos ninguém tem condições para estar aqui. É mau para as pessoas e para os utentes também, que respiram este ar. Estamos muito preocupados com a situação, temos vários colegas doentes e uma colega grávida que está em casa porque tem medo que lhe aconteça algum problema com a criança. Temos receio de vir trabalhar aqui todos os dias e as respostas que nos dão não nos satisfazem”, refere a O MIRANTE Pedro Sameiro, trabalhador e delegado sindical daquela unidade. O líder da central sindical CGTP-IN, Arménio Carlos, admitiu também a possibilidade dos trabalhadores afectados virem a recorrer à justiça reclamando indemnizações. “Essa é uma possibilidade, mas o mais importante é encontrar um lugar que dê tranquilidade e segurança aos trabalhadores, que vivem permanentemente angustiados”, disse.Segurança Social estuda local alternativo na cidadeA Segurança Social está a estudar a possibilidade de mudar os serviços de Vila Franca de Xira e para isso já pediu ajuda ao presidente do município, Alberto Mesquita, que diz estar a acompanhar “com preocupação” o caso revelado por O MIRANTE. “A Segurança Social teve uma reunião comigo para verificar se a câmara tinha alguma solução. Dei à responsável uma sugestão de localização, que está a ser trabalhada e analisada, e espero que venha a ter sucesso. As negociações estão a ser feitas e se tiverem sucesso rapidamente as pessoas serão transferidas para outro local”, explica o autarca.Para o presidente do município há uma questão de carácter psicológico dos trabalhadores que deve ser salvaguardado. “É melhor atacar as questões de fundo e encontrar outra solução para conforto das pessoas, para que estejam tranquilas nas suas funções do dia a dia. Pode haver ali um problema e temos de saber qual é”, explica o autarca. O edifício proposto pela câmara não é municipal, uma vez que aquela entidade não tem nenhum espaço com área e capacidade para albergar todo o serviço.
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