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Uma banda filarmónica que de velha só tem o nome e a idade

Uma banda filarmónica que de velha só tem o nome e a idade

A Sociedade Velha Filarmónica Riachense está a comemorar 132 anos mas a idade não pesa. A sua direcção é jovem e cheia de energia e a banda está a par dos novos tempos, com um reportório moderno que procura chegar a mais públicos.

A Sociedade Velha Filarmónica Riachense faz jus ao nome pois completa este mês 132 anos, mas a sua equipa directiva contraria a designação pois está recheada de juventude e energia. A presidente, Naíde Domingos, tem 22 anos e está na banda há 14 anos. Filipe Simões é o vice-presidente e tem 26 anos. Há ainda a presidente da assembleia-geral que tem 20 anos. É um núcleo jovem mas que sozinho não consegue fazer tudo, por isso conta com a ajuda de mais alguns elementos mais experientes nestas andanças. “É a energia aliada à sabedoria”, resume Filipe Simões.
A juventude não reina só no seio da direcção mas também entre os músicos. Actualmente a banda tem cerca de 60 elementos. O músico mais novo e que se vai estrear em breve na banda tem 9 anos, e o mais velho em idade tem 70, mas o núcleo duro é composto essencialmente por jovens. “A banda faz 132 anos mas está cada vez mais nova”, diz a presidente Naíde Domingos.
Uma realidade resultante do trabalho que se tem desenvolvido com os jovens, através da escola de música, e pela persistência e dedicação do maestro Carlos Mendes. Estão cerca de 15 crianças a aprender música actualmente e há também aulas de guitarra. Para além disso há ainda aulas de aeróbica. O seio da banda é quase uma família onde inclusive já tocam pais e filhos.
Alargar a actividade a outras áreas da cultura é um dos objectivos da jovem direcção. “A ideia é tentar ter as portas abertas o maior tempo possível e agradar à maior parte das pessoas”, refere Filipe Simões.
Realçam o concerto realizado no início do ano no Teatro Virgínia, em Torres Novas, onde já não tocavam há sete ou oito anos. “Para mim foi uma adrenalina enorme poder estar lá outra vez”, refere a presidente, considerando que seria importante existir mais concertos desses, fundamentais para a promoção e divulgação da actividade da banda.
É inovando o seu repertório que pretendem chegar a mais pessoas, tocando temas actuais, bandas sonoras de filmes e tendo a colaboração de vários vocalistas. “Temos um tipo de reportório não muito habitual para uma banda filarmónica”, diz Filipe Simões. “Marcamos a diferença”, acrescenta orgulhosa Naíde Domingos.
A Banda conta com o apoio fundamental dos seus sócios, cerca de 400. Os apoios chegam também da Câmara de Torres Novas e da Junta de Freguesia de Riachos. É através dos vários eventos, como concertos e arruadas que vão organizando e participando, que vão conseguindo angariar os fundos para as suas despesas e manter a associação financeiramente saudável. A sede tem boas condições, foi renovada fruto de uma candidatura a fundos comunitários e conseguiram também verba para adquirir novos instrumentos, mas mesmo assim ainda há muito que fazer.
O maestro da banda é Carlos Mendes, que todos os anos diz ser o último mas vai acabando por ficar e já lá está há 17 anos a formar os jovens músicos de Riachos. Muitos dos jovens que pertencem à direcção foi ele que os formou. Diz que apesar de já ter tentado sair nunca conseguiu, quer pela insistência das direcções quer pelo gosto e paixão que tem pela banda. “É pura carolice, amor à música, à casa, a estes jovens, somos uma família, somos amigos”, refere.
É assim cheia de dinamismo, juventude, criatividade e carolice que a Banda de Riachos assinala mais um aniversário e com o futuro garantido.

Uma banda filarmónica que de velha só tem o nome e a idade

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