Menina com necessidades especiais tem acidente em escola da Chamusca por falta de auxiliar
Município esteve mais de um mês para destacar funcionária para acompanhar criança
A Câmara Municipal da Chamusca esteve mais de um mês para substituir uma auxiliar para acompanhar uma criança do jardim-de-infância da vila que, devido a doença, precisa de acompanhamento permanente. Durante esse período a menina de quatro anos foi derrubada da cadeira por outra criança e ficou com ferimentos no sobrolho, tendo recebido tratamento médico. Só depois desse episódio é que o município destacou uma funcionária, justificando-se com a falta de pessoal e limitações à contratação de trabalhadores.
A criança sofre de paralisia cerebral e não consegue movimentar-se, o que implica que, segundo os relatórios médicos entregues na escola, tenha de ter uma auxiliar em permanência a vigiá-la, devido ao seu elevado grau de dependência. No dia 25 de Janeiro a auxiliar que tinha sido destacada para tratar da menina entrou de baixa médica. A mãe da aluna, Ana Oliveira, contactou a escola e a câmara dando conta das preocupações mas a situação foi-se arrastando até que no dia 19 de Fevereiro aconteceu o acidente.
O município acabou por destacar uma funcionária no dia 4 de Março, depois de O MIRANTE já ter falado com a mãe da criança para esta reportagem. “A escola ao aceitar crianças com necessidades especiais tem de ter condições para que estas a frequentem”, salienta Ana Oliveira, que diz ter estado com o coração nas mãos durante o tempo em que a filha esteve sem acompanhamento permanente. A situação foi desbloqueada numa altura em que a mãe da menina já tinha agendada uma reunião com os responsáveis da escola e da câmara para dia 7 de Março.
Ana Oliveira refere que tem vindo também a sensibilizar a autarquia para o facto de não ter um lugar de estacionamento onde parar a viatura quando vai levar e buscar a filha ao jardim-de-infância. Conta a encarregada de educação que tem de deixar o carro parado em cima da passadeira arriscando ser multada.
O presidente da câmara, Paulo Queimado, justifica a demora em tratar do assunto com a falta de pessoal. Mas afinal até havia uma solução que foi aquela que foi tida em conta e que passou por um contrato com uma associação para cedência de trabalhadores. O autarca socialista diz que as autarquias estão impedidas de contratar pessoal para as escolas e que tem recorrido a contratos de inserção através do Centro de Emprego mas nem sempre as pessoas têm o perfil para as funções. Em relação ao lugar para estacionamento, o espaço começou a ser pintado na terça-feira, 8 de Março, numa entrada lateral do estabelecimento de ensino.