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O Museu Charters de Almeida em Abrantes e a escultura encomendada ao mesmo

O escultor Charters de Almeida doou parte do seu trabalho artístico à Câmara de Abrantes. Tal património destina-se a um Museu com o nome daquele artista plástico, que a autarquia vai criar, tendo destinado um milhão e meio de euros para a recuperação do Edifício Carneiro para o efeito.
No dia em que foi tornada pública esta doação a Câmara Municipal de Abrantes deliberou, por unanimidade, encomendar a Charters de Almeida, por ajuste directo, a concepção e execução de uma escultura que simbolize a elevação de Abrantes a cidade, pelo valor de 65.001 (sessenta e cinco mil e um) euros. Não sei o que se esconde por detrás do euro que aparece ali a enfeitar os 65 mil outros euros mas se ele está lá, por alguma coisa é.
O que também não deixa de ser curioso é o facto de a encomenda por ajuste directo de uma escultura a um artista que, no mesmo dia, assinou publicamente uma doação ao município. Não poderia a câmara ter sido mais explícita, aberta e transparente se tivesse explicado que a encomenda estava relacionada com a cedência das obras de arte para o museu com o nome do escultor contratado?
Não está em causa a qualidade do artista uma vez que cada um fará a sua avaliação. Também não está em causa o ajuste directo uma vez que este sistema é usado de forma abusiva por todo o país e neste caso até seria aceite sem muita contestação mas pessoalmente gostava que as decisões políticas fossem assumidas frontalmente e sem complexos. Sei que pedir isso aos políticos é pedir-lhes o impossível mas ficar calado também não é meu feitio.
Rodrigo Teves Brazão

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