Águas do Ribatejo
São as pessoas que fazem a diferença. São as pessoas que fazem os países e a melhor ou pior qualidade de vida destes.
Quando na semana seguinte a saírem do Governo ex-ministros assumem responsabilidades em empresas de setores que tutelaram, mais de três anos depois de cessar funções na ex-ARH do Tejo, posso escrever o que devo.
Como todos sabemos, as organizações são as pessoas, o resto compra-se no “supermercado”. São as pessoas que fazem a diferença. São as pessoas que fazem os países e a melhor ou pior qualidade de vida destes. Quando temos pessoas competentes, de bons costumes e bem organizadas, o resultado só pode ser bom. Este é o segredo da Águas do Ribatejo (AR), empresa que serve e trata água no vale do Tejo.
Também sabemos que os bons resultados exigem trabalho, dedicação e persistência e assim é na AR. Lembro-me, e alguns leitores saberão, que a AR partiu mais tarde que muitas outras; quando iniciaram a sua atividade muito, quase tudo, estava por fazer, com muito trabalho e mérito foi possível recuperar terreno e hoje a empresa tem o essencial feito e é um exemplo. Houve diagnóstico, planificou-se, projetou-se, encontraram-se os financiamentos e fez-se. Parece simples. Se é possível num setor tão difícil como o das águas porque não o fazemos noutros? É necessário que rapidamente, saltando alguns degraus já conhecidos e desnecessários, o país siga os bons exemplos e os generalize. Os lugares de chefia têm de ser assumidos por pessoas competentes e honestas, tem de ser honroso e gratificante servir o país, servir o próximo, o bem comum; só assim podemos ter os capazes no lugar certo.
Na AR o essencial não é construir infraestruturas, ETAR, elevatórias, adutores, o que seja. Tudo isto é importante, mas o essencial é gerir e operar. Nos tempos difíceis e exigentes em que vivemos – e que vamos viver –, isto é ainda mais importante. Em Portugal, como bem sabemos, temos a má prática de dividir em vez de juntar. Esta é também uma das razões porque somos pobres. Esquecemos (?) que só juntos vamos mais longe. Só por isto, mas não só, a AR será mais forte e capaz de enfrentar os desafios fornecendo um serviço excelente quantos mais a integrarem. Assim, a Águas de Santarém, a Golegã, etc, podem apresentar os melhores resultados que queiram, mas mesmo no Ribatejo em conjunto vai-se mais longe. Unam-se. Queira-se, ou não, os tempos que aí vêm são de enorme desafio, sim muito maior do que até aqui. Também por isto, juntem-se por favor.
Carlos Cupeto
Universidade de Évora