Presidente da República prestou homenagem a Salgueiro Maia em Santarém
Salgueiro Maia continua a ser uma das poucas figuras consensuais da revolução do 25 de Abril mas estou em crer que isso acontece por ter falecido ainda novo e pouco tempo depois do derrube da ditadura. Apesar das qualidades que lhe eram reconhecidas havia de ser atacado por qualquer coisa se fosse ainda vivo. Seja como for ele é o símbolo maior desse acontecimento histórico que nos restituiu a liberdade para construirmos uma democracia. Tinha vinte anos quando aconteceu o 25 de Abril e continuo grato a todos os que fizeram o 25 de Abril, independentemente das motivações que cada um deles tinha.
Floriano Marques Jordão
Estive lá e na véspera, dia 24, estive também na habitualmente abandonada campa de Salgueiro Maia em Castelo de Vide, que desta vez teve direito a um ramo de flores.
Também a estátua de Salgueiro Maia no “Jardim dos Cravos” à entrada de Santarém habitualmente abandonada e sem cravos teve direito a flores e a “cara lavada” desta vez.
Desde a limpeza da estátua de Salgueiro Maia, até à pintura de castanho(?) da enferrujada viatura Chaimite (antes de cor verde “tropa”), passando pelo envernizamento dos seus pneus, bandeiras e bancada, envernizamento de bancos e pintura do velho muro branco traseiro, além de um imenso painel de pano branco sobre ele a esconder as ruínas da decadência urbanística junto ao local....Tudo aconteceu... Portugal no seu melhor! E para a “cereja no topo do bolo” a cerimónia acabou às três pancadas e sem se tocar o Hino Nacional. “Parabéns” sr. presidente da Câmara de Santarém!
Eduardo Costa
A revolução do 25 de Abril foi despoletada pelo agressivo e ofensivo Decreto-Lei nº 353/73 que permitia aos oficiais milicianos passarem para o quadro de oficiais depois do curso intensivo de dois semestres! E eis que os capitães de Abril ao verem as suas promoções entupidas pelos milicianos, com a embalagem dos tiros que davam em África, decidem fazer uma revolução que foi apelidada dos cravos, mas que mais não foi do que uma revolta para defenderem as suas carreiras e promoções!
Como em todas as revoluções os objectivos são quase sempre ultrapassados com o rápido desenrolar dos acontecimentos e o 25 de Abril não foi excepção; felizmente que aos trambolhões, aos saltos e aos ziguezagues para a esquerda e para a direita a revolução acabou numa inocente democracia que está longe de agradar à esquerda, à direita, ao centro e aos inconformados.
Mas houve os que ganharam a parada, os militares, isto é, os capitães e os oficiais que alinharam na aventura com excepção de alguns que a história se encarregará de desvendar os porquês.
Manuel Peñascoso