Câmara acciona garantias bancárias para acabar obras na Malvarosa
Degradação e abandono têm sido objecto de críticas por parte dos moradores da urbanização de Alverca. Município de Vila Franca de Xira decidiu accionar os dois milhões e meio de euros depositados pelo empreiteiro, para que sejam executadas as obras previstas.
Vários moradores da urbanização Malvarosa em Alverca, a maior urbanização do concelho, estão descontentes com o estado de abandono das zonas verdes e a degradação em que se encontram alguns espaços exteriores. Em alguns lotes a vegetação cresce sem controlo, há zonas sem passeios, estacionamento anárquico em algumas horas do dia e falta de equipamentos públicos como jardins ou espaços de lazer.
Para tentar acabar com alguns dos problemas sentidos pela população a câmara decidiu, na sua última reunião pública, accionar as garantias bancárias daquela urbanização, no valor de dois milhões e 500 mil euros, para serem executadas as obras em falta. Para Alberto Mesquita, presidente do município, foi o “fim da linha”, depois da câmara ter insistido várias vezes com o promotor para resolver os vários problemas da urbanização e não ter tido respostas práticas no terreno.
“Era inevitável, era a única ferramenta que tínhamos, tentámos por todos os meios que o promotor fizesse o que lhe competia, não temos escolha. Este valor das garantias deverá ser suficiente para terminar o que falta naquela urbanização. Mas é um trabalho exaustivo, que nos vai ocupar tecnicamente muito tempo. O que posso dizer é que vamos trabalhar para desenvolver as infraestruturas que faltam”, explicou. O accionamento das garantias foi aprovado por unanimidade.
António Cid, em representação de um grupo de moradores da Malvarosa, foi à última reunião pública da Câmara de Vila Franca de Xira pedir ao presidente do município que actue. “Temos uma grande carência de equipamentos que não apareceram, não há jardins nem parques infantis. O que existe é insignificante e não há espaço para as crianças brincarem. A falta de espaço para estacionar é gritante e os espaços verdes estão muito mal tratados. Aquilo não é relva, é mato em abundância”, lamentou.
Outro morador, escutado no local por O MIRANTE, também critica o que diz ser o “descaracterizar” da urbanização. “Há um terreno todo ao abandono junto da Estrada Nacional 10 que podia ser usado como jardim, aqui só temos betão, é triste que poucas coisas tenham aqui sido feitas”, lamenta Júlio Mendes.
Alberto Mesquita admite que, se fosse hoje, algumas decisões tomadas em relação à Malvarosa “teriam sido diferentes” mas que mesmo assim se trata de uma urbanização de qualidade e com vida própria. “Temos vindo a analisar os problemas e algumas questões que os moradores nos colocam para tentarmos encontrar as melhores soluções”, explica.