Extintor que rebentou na Cercipóvoa tinha sido revisto recentemente
22 pessoas foram assistidas na sequência do acidente na Póvoa de Santa Iria. Cinco pessoas, incluindo o motorista do autocarro, tiveram de receber assistência hospitalar mas tiveram alta no próprio dia.
O extintor que na tarde de sexta-feira, 22 de Abril, descarregou pó químico no interior de um autocarro estacionado nas instalações da Cercipóvoa na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, tinha sido revisto poucos dias antes do acidente. A O MIRANTE, o presidente da instituição, José Manuel Gonçalves, explica que o extintor, que se encontrava dentro de um autocarro da associação, descarregou-se depois da cavilha de segurança ter saltado com o impacto de uma cadeira de rodas de um dos utentes.
“Todos os extintores existentes na Cercipóvoa tinham sido inspeccionados em Março e neste incidente a empresa que fez a inspecção não tem qualquer responsabilidade”, assegura o dirigente. Este foi o primeiro acidente do género ocorrido naquela associação, que presta apoio a pessoas com deficiência da região. “O socorro às pessoas afectadas foi prestado de forma rápida, eficaz e muito bem coordenado”, considera José Gonçalves, garantindo que o caso “não altera em nada” o normal funcionamento da instituição.
Pouco passava das 16h00 quando um extintor de incêndios que estava dentro de um autocarro parqueado dentro da instituição libertou no interior uma elevada concentração de pó químico. O produto é irritante mas não perigoso para a saúde. 22 pessoas 16 utentes e 6 colaboradores da instituição, tiveram de ser assistidas por terem inalado aquela substância. Cinco, incluindo o motorista da viatura, foram encaminhadas para o Hospital de Vila Franca de Xira por precaução, tendo recebido alta poucas horas depois.
As vítimas eram utentes e funcionários da instituição, que apoia quase 160 pessoas portadoras de deficiência. O acidente gerou um grande aparato junto às instalações da Cercipóvoa e várias corporações de bombeiros do concelho de Vila Franca de Xira, incluindo a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), foram accionadas para prestar socorro às vítimas no local.
“Foi um susto grande porque não se ouviu nenhuma explosão, só ouvimos gente a gritar na rua e a pedir para chamar muitas ambulâncias porque havia gente sem conseguir respirar”, recorda uma funcionária da instituição a O MIRANTE. Segundo o mesmo relato, os momentos que se seguiram ao acidente foram “de pânico total” porque o pó estava a deixar muita gente sem conseguir respirar.
“Quando os bombeiros chegaram começaram a dar oxigénio às pessoas e aí as coisas começaram a acalmar, mas mesmo assim foi um terror muito grande”, conta outra funcionária.