Torres Novas inaugurou Praça dos Claras no Dia da Liberdade
Espaço multiusos nasceu na antiga garagem da transportadora que lhe deu o nome
A cidade de Torres Novas tem a partir do dia 25 de Abril uma nova praça pública. A Praça dos Claras, que outrora albergou a antiga garagem da empresa de transportes públicos Claras, é agora um espaço multiusos coberto, vocacionado para o lazer e para a cultura. Na cerimónia evocativa do 25 Abril, o comerciante João “Espanhol” voltou a quebrar o protocolo e pôs todos a cantar “Grândola, Vila Morena”.
O nome Praça dos Claras perpetua a história e a importância da família que fundou essa empresa de transportes. Cerca de 300 pessoas assistiram à inauguração, que contou com a presença do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches. O presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, disse que este espaço renasce para outras funções, entre as quais o convívio e o lazer, num novo “conceito de praça pública”. Para o autarca “reabilitar este espaço é um passo para a reabilitação do centro histórico, perpetuando memórias e a história de Torres Novas”.
O secretário de Estado da Energia enalteceu a autarquia pela escolha da data para a inauguração deste espaço. “Um equipamento que tem tudo a ver com a história da terra, da região e com a história do nosso país”, referiu Jorge Seguro Sanches, realçando a história da empresa como um exemplo de empreendedorismo para todo o país.
Para além da inauguração do novo espaço público decorreu também a cerimónia evocativa do 25 de Abril, que começou com o hastear da bandeira na Praça 5 de Outubro seguindo-se, depois da inauguração da praça, os discursos de representantes dos partidos representados nos órgãos do município, terminando com o cantar do hino nacional.
Ainda antes de se ouvir o hino nacional, o comerciante mais antigo da cidade, João “Espanhol”, voltou a quebrar o protocolo e pôs todos a cantar consigo a música “Grândola, Vila Morena”. Este comerciante tem a sua loja de ferragens, que já existe há cerca de 90 anos, muito próxima da antiga garagem dos Claras. A O MIRANTE, João “Espanhol” recordou o tempo em que a antiga rodoviária trazia movimento àquela zona e à sua loja. “Esta empresa deu muito a Torres Novas, empregava muita gente”, disse. Confessa que de início não lhe agradou muito esta ideia de praça coberta, mas hoje já não se mostra contra: “É um espaço que é de rentabilizar com iniciativas culturais, faz falta”.
No início da cerimónia foi também apresentado o livro “Rodoviária do Tejo - na história e na modernidade da viagem colectiva”, da autoria de Deolinda Folgado e Jorge Custódio. Um livro sobre a história dos transportes nacionais mas que realça a importância da empresa dos Claras.
A Praça dos Claras tem ainda instalações sanitárias, um espaço para café, um quiosque e um espaço superior que estava ocupado pela Sógrutas, Sociedade Turística das Grutas de Santo António e que o presidente da Câmara de Torres Novas referiu que irá continuar a ocupar. A festa terminou com um baile popular com a música do grupo Xarepa Band.