“Aprendo rapidamente e com muita facilidade tudo aquilo que tenho que fazer”
Cláudio Pereira nasceu em Vale Figueira, concelho de Santarém, mas vive em Almeirim há cerca de dez anos. Um concelho que considera ser o ideal para viver devido à qualidade de vida e ao facto de ser uma mistura de cidade com o meio rural. Apaixonado por música, conciliou durante vários anos a sua actividade profissional com espectáculos por todo o país. Agora dedica-se à sua empresa de alarmes, a Proalarme e à produção de espectáculos. Diz que aprende muito rápido e com facilidade.
Aos dez anos comecei a aprender solfejo. O meu pai cantava fado, gostava muito de música e queria que eu aprendesse. Eu ia contrariado para as aulas porque eram duas tardes por semana em que eu não podia brincar com os meus amigos. Tinha aulas com o maestro Santos Rosa que a certa altura me pôs a tocar numa orquestra. Não gostei da experiência e desisti. Mais tarde o meu pai ofereceu-me um teclado pequeno a pilhas e aprendi a tocar sozinho com a ajuda do livro. Mais tarde acabei por ter aulas de piano no Conservatório de Música de Santarém.
Apaixonei-me de tal forma pela música que cheguei a estar cinco dias seguidos sem dormir. Foi quando comecei a tocar com um conjunto em bailes e casamentos por todo o país. Durante muito tempo conciliei o trabalho com a música. Trabalhava de dia e tocava à noite e aos fins de semana. Foram tempos duros. Fiz centenas de actuações, nomeadamente durante o Europeu de Futebol de 2004 e só não fiz mais porque não conseguia atender a todas as chamadas telefónicas.
A certa altura, já lá vão treze anos, quando regressei de uma digressão de quinze dias aos Açores, o meu filho mais velho virou-me a cara e não quis o meu colo. Apesar disso continuei a tocar. Só deixei o ano passado porque já não dava para conciliar a empresa, a família e a música. Agora sou produtor. Trabalho com artistas como Herman José, Ruth Marlene, Zé do Pipo, Jéssica Portugal, Nelo Monteiro e outros projectos menos conhecidos como As Latinas, As Rebeldes e a cantora Bruna. Tenho saudades de estar em cima do palco.
Sou daqueles que acredita que os portugueses são dos povos mais desenrascados do mundo. Sou uma pessoa dinâmica e tenho muita facilidade em moldar-me às situações. Trabalho na área dos alarmes há cerca de dez anos mas já trabalhei em escritórios e gabinetes de contabilidade. Aprendo muito facilmente tudo o que tenho que fazer. Convidaram-me para gerir a Proalarme, que já existe em Almeirim há cerca de 30 anos, porque eu tinha conhecimentos de electrónica. Não sabia de alarmes mas o gerente da empresa sabia da minha facilidade em aprender e foi por isso que me escolheu para o ajudar.
Sou orgulhoso e sempre gostei de ser independente. Quando andava na escola o meu pai decidiu comprar-me um computador. Eu decidi que seria eu a arranjar o dinheiro e a comprá-lo. Nas férias de Verão fui para o campo apanhar tomate. Como apanhava tomate muito rapidamente comecei a ser chamado para todo o tipo de apanha. Até apanhei uva de mesa. Um capataz disse-me que nunca tinha visto nenhum homem a apanhar uva de mesa. A minha avó era a minha parceira e ela ensinou-me como se apanhava e como se colocavam as uvas, muito arrumadinhas, nas caixas. Era o único rapaz no meio de trinta mulheres.
Queria seguir informática mas acabei por ir para contabilidade e gestão porque já havia muita gente a escolher informática. Percebi que se fossemos todos para informática não haveria trabalho para tanta gente. Também tive informática mas fiquei mais apto para contabilidade, uma área em que teria mais oportunidade de arranjar emprego porque havia menos pessoas a escolhê-la.