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Aprovada medalha de mérito cultural para Leonor Teles em Vila Franca de Xira

Aprovada medalha de mérito cultural para Leonor Teles em Vila Franca de Xira

Jovem cineasta venceu no início do ano o Urso de Ouro, no Festival de Cinema de Berlim

Foi aprovada por unanimidade, na última reunião pública do executivo camarário de Vila Franca de Xira, a atribuição da medalha de mérito cultural à jovem cineasta Leonor Teles, natural do concelho, que venceu o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim. A cineasta vai receber a medalha nesta quinta-feira, 12 de Maio, na abertura do festival da juventude de Vila Franca de Xira, já depois do fecho desta edição.
Alberto Mesquita justificou a atribuição da medalha de valor cultural a Leonor Teles pelo engrandecimento do nome do concelho e pelo orgulho que representou para toda a comunidade a sua distinção naquele que é um dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo. “Engrandece a excelência criativa dos jovens e esperamos que a distinção se constitua como um estímulo fraterno para continuar”, explicou o autarca.
Leonor Teles é a mais jovem realizadora de sempre a vencer o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim na categoria de curtas-metragens. O filme “Balada de um Batráquio” conquistou o júri com uma história sobre a xenofobia que atinge a comunidade cigana. A surpresa na hora da vitória foi tal que Leonor Teles nem teve palavras para usar no discurso, confessando não saber como um filme “parvo” e “tosco” sobre sapos à porta das lojas (que muita gente ainda pensa poder afastar os ciganos) pudera vencer num dos mais prestigiados festivais de cinema. Depois do Urso de Ouro o filme, de 11 minutos, já conquistou também o prémio de melhor curta-metragem no Festival Internacional de Cinema de Hong Kong.
Filha de pai cigano, Leonor Teles resolveu ir à descoberta das suas raízes quando realizou a sua primeira curta-metragem premiada. Diz que se o pai não tivesse rompido com a tradição cigana, hoje muito provavelmente já estava casada, já tinha filhos e não tinha um curso superior. “O meu pai nunca se integrou totalmente na comunidade cigana e nunca gostou das tradições inflexíveis e retrógradas”, contou em entrevista a O MIRANTE publicada em Setembro de 2013. Cresceu e vive em Vila Franca de Xira e o modo de vida de Leonor foi sempre diferente do de uma jovem cigana. “O crescimento de um jovem na cultura cigana é árduo, porque é limitado. É difícil para um cigano arranjar emprego fora da comunidade”, salientava a jovem realizadora.

Aprovada medalha de mérito cultural para Leonor Teles em Vila Franca de Xira

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