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O engenheiro civil que também foi jogador de futebol

O engenheiro civil que também foi jogador de futebol

Miguel Saldanha criou a sua própria empresa em Amiais de Baixo há 14 anos. Depois de concluir o curso de engenharia civil, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, trabalhou em várias empresas até que decidiu criar, em 2002, a sua própria empresa, a Saldanha Alves, Lda. Apesar de ter iniciado a empresa com o seu pai, actualmente gere o negócio sozinho.

Desde cedo que Miguel Saldanha começou a ter as suas metas profissionais bem delineadas. Cresceu com a empresa de construção civil do seu pai, em Amiais de Baixo, concelho de Santarém, e aos 14 anos começou a trabalhar lá no Verão, nas férias escolares. Ajudava em tudo o que fosse preciso e diz que essa foi uma aprendizagem muito importante na sua vida.
“Trabalhar na empresa do meu pai no Verão deu-me outra sensibilidade e perspectivas diferentes perante esta profissão. Há questões mais práticas que não se aprendem no curso e até ao nível da linguagem, muito própria neste negócio, foi importante quando comecei a trabalhar após a licenciatura. Aprendi a relacionar-me com as pessoas deste meio e isso foi fundamental”, explica a O MIRANTE.
O engenheiro civil, de 40 anos, recorda que o pai lhe pagava um ordenado como fazia a todos os funcionários e aquilo dava-lhe uma motivação extra para trabalhar. “Todos os jovens gostam de ter dinheiro para as suas coisas e naquelas idades é difícil termos dinheiro. Ter um ordenado nos meses de Verão era muito bom para ter alguma independência para fazer o que queria e gostava”, diz.
Depois de concluir o curso de engenharia civil, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, trabalhou em várias empresas até que decidiu criar, em 2002, a sua própria empresa, a Saldanha Alves, Lda. Apesar de ter iniciado a empresa com o seu pai, actualmente gere o negócio sozinho.
Miguel Saldanha também jogou futebol. Começou nas camadas jovens e até aos 26 anos conciliou a prática desportiva com os estudos. Aos fins-de-semana vinha à sua terra natal, onde jogava a médio no clube local, o Amiense, e à segunda-feira de madrugada regressava a Lisboa de boleia.
“Conciliar os estudos com o futebol ensinou-me a ser disciplinado porque tinha que cumprir horários. Há 20 anos era tudo mais difícil porque havia poucos transportes para Lisboa. Jogava futebol ao fim-de-semana e depois ia de boleia em carrinhas. Ia a dormir no banco de trás. Deixavam-me perto da casa que tinha em Lisboa, ia beber um café, apanhava o metro para a faculdade onde tinha que estar às 8h30. Hoje em dia pedir a um miúdo para fazer isto é muito complicado, muitos não estão preparados”, refere.
O empresário confessa que se aventurou na sua empresa de construção civil “meio a brincar”. Quando construiu a sua casa, em Amiais de Baixo, fez uma divisão para o local de trabalho, onde ainda hoje funciona a empresa. No entanto, um dos objectivos para este ano é mudar o escritório para um espaço que adquiriu na localidade de Canal, muito perto da sua terra natal.
Miguel Saldanha gostava que a sua empresa crescesse menos do que aquilo que está a crescer. “Tenho 16 funcionários e preciso de mais mas não quero crescer muito porque gosto de dar atenção aos clientes. Acompanhar as obras, ouvir o que eles pretendem para a sua obra, dar conselhos e fazer tudo como o cliente sonha. Com empresas grandes é difícil dar essa atenção, por isso prefiro que a empresa cresça sustentadamente mas não cresça exageradamente”, sublinha.
Os seus dias nunca são iguais e é isso que lhe dá gozo. A agenda está sempre delineada mas pode ser alterada a qualquer momento. Miguel gosta do improviso e de fazer coisas diferentes. Trabalha em média 12 horas por dia e divide-se entre o escritório e o acompanhamento de obras. Ambos os trabalhos lhe dão prazer. Casado e pai de duas meninas, com nove e seis anos de idade, aproveita os tempos livres para lhes dar atenção. Também gosta de conviver com os amigos e ainda joga à bola numa equipa de veteranos.

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