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“Depois de ser pai tornei-me um professor mais afectivo”

“Depois de ser pai tornei-me um professor mais afectivo”

Gentil Duarte, 57 anos, presidente da Assembleia Municipal do Cartaxo. Gentil Duarte é professor de Geografia há trinta e sete anos. Em 2013 aceitou o convite para ser candidato pelo PS à presidência da Assembleia Municipal do Cartaxo, eleição que venceu. Aceitou o desafio porque achava que o concelho onde vive não estava a seguir o caminho que considerava ser o mais correcto.

O meu primeiro trabalho foi aos 12 anos numa casa de ferragens. Nos primeiros dias deste trabalho consegui partir um lavatório que estava para venda (risos). Nas férias escolares de Verão trabalhava sempre. No ano seguinte, e até começar a dar aulas, trabalhei todos os Verões numa distribuidora de cervejas. Foi um emprego que me abriu muito os horizontes. Contactei com pessoas de todos os extractos sociais. Passei a ver a vida de outra maneira.
Pratiquei andebol federado até ao primeiro ano da universidade. Joguei no Sporting Clube das Caldas. Custava-me muito ter um equipamento verde mas como era guarda-redes podia fugir a essa cor (risos). De vez em quando faço jogos de futebol entre professores, mas só por brincadeira. Gosto de caminhar e quando está bom tempo venho de Vale da Pinta para o Cartaxo a pé. São cerca de três quilómetros, faz-se bem.
Comecei quando ainda estava a estudar porque na altura havia falta de professores. Dou aulas há trinta e sete anos. Sou professor de Geografia. Estou efectivo na Escola Secundária do Cartaxo desde 1995 mas fui sendo requisitado para outras escolas e só em 2008 regressei definitivamente à minha escola de origem. Conheci a minha mulher no trabalho uma vez que ela também é professora de Geografia.
Os alunos hoje são mais desatentos e desligados da escola mas são mais reivindicativos. Quando comecei a dar aulas os alunos eram mais atentos porque a escola era o principal meio de acederem à informação e ao conhecimento. Hoje em dia a informação está em todo o lado e é mais complicado captar a atenção dos alunos. Tem que haver um maior esforço por parte dos professores.
Depois de ser pai tornei-me um professor mais afectivo. Antes de ter as minhas duas filhas era mais científico nas minhas aulas. Ter filhos ensina-nos muita coisa e uma delas é perceber o lado dos alunos, fiquei mais afectivo na relação com os meus alunos.
Não vale a pena dizermos mal da terra onde vivemos só no café. Decidi aceitar o convite do senhor presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, quando achei que o concelho não estava a seguir no caminho que achava ser o mais correcto. Vivo em Vale da Pinta desde 1985. Vim atrás da minha mulher que veio dar aulas para a Escola Secundária Sá da Bandeira, em Santarém, e, entretanto, também fiquei colocado na cidade. Gosto muito do território do Cartaxo, sobretudo a zona do Tejo e tudo o que esteja ligado ao rio.
Estou ligado à política desde jovem. Sou natural das Gaeiras, uma pequena localidade do concelho de Óbidos, e desde cedo que entrei no movimento associativo e na política. Estive ligado à candidatura de Maria de Lurdes Pintassilgo, no final dos anos 70 do século passado. No Cartaxo comecei por ser eleito na assembleia de freguesia de Vale da Pinta e em 2013 aceitei o convite para ser candidato à presidência da Assembleia Municipal do Cartaxo.
A rua onde vivo é das mais esburacadas do concelho. Alguns vizinhos e sobretudo a minha esposa reclamam e dizem que mesmo sendo presidente da assembleia municipal não consigo que arranjem a estrada onde moro (risos). Sabemos que as estradas estão em mau estado mas temos que compreender que o município não tem dinheiro e que as coisas têm que se ir fazendo aos poucos.
O meu pai era motorista e levava todos os dias um jornal para casa. Ganhei com ele o hábito de ler o jornal e ainda mantenho esse costume. Todos os dias leio um jornal e ao sábado leio O MIRANTE que vem com o Expresso. Ler dá-nos o conhecimento do que se passa no nosso país e no mundo. Quando era jovem não havia a informação que existe hoje e era através dos jornais que sabíamos o que estava a acontecer.

“Depois de ser pai tornei-me um professor mais afectivo”

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