O município do Cartaxo e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR) vão avançar com a candidatura do fandango a património imaterial da Humanidade, disse o presidente do município. Pedro Magalhães Ribeiro afirma que a decisão de avançar com a candidatura, que terá o Cartaxo como município piloto, foi tomada na semana passada, depois de um período de conversações com o presidente da ERTAR, António Ceia da Silva, sobre a importância da preservação desta dança tradicional “com fortes ligações ao Ribatejo”.
“É uma dança muito ligada ao desafio, à história do Ribatejo”, disse o autarca à Lusa, destacando a “singularidade” de o concelho do Cartaxo ter um rancho folclórico em todas as freguesias e de todos eles dançarem mais do que um tipo de fandango. Pedro Magalhães Ribeiro apontou a forma como se dança, o trajar e os próprios cantares como “demonstrativos do que é a história de um povo numa região marcadamente agrícola onde a convivência entre o homem e os animais, neste caso o homem e o touro, é uma constante”.
“Consideramos que é um património cultural que importa preservar para o futuro”, disse, adiantando que, embora parta do concelho do Cartaxo, o processo de candidatura irá envolver outros ranchos, para poder espelhar a diversidade do fandango, e outras entidades, como as duas comunidades intermunicipais, bem como personalidades que se têm dedicado ao estudo desta tradição para dar “a consistência” e o “fundamento teórico” à candidatura.
A expectativa é a de que, como aconteceu com o cante alentejano e o fado, o fandango possa vir a ser considerado Património Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), assumindo também uma componente económica e de atracção de turismo, disse.

Presidente da Entidade de Turismo visitou o Cartaxo
O Museu e Rural e do Vinho do Cartaxo foi o palco de mais uma etapa do programa “Conhecer para Agir 2” da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e do Ribatejo (ERTAR) que no dia 8 de Junho apresentou a promotores, investidores e empresários ligados ao turismo do concelho a sua estratégia para região. Neste local o presidente da ERTAR, António Ceia da Silva, referiu que está em curso a classificação do montado de sobro como património da humanidade e que o fandango será também candidato a esse estatuto. Falou ainda de outros planos a desenvolver que passam pela promoção, certificação, qualificação e estruturação de produtos e destinos, e pelo apoio e maior articulação entre agentes privados e públicos.
Ceia da Silva afirmou que o Ribatejo e o Alentejo têm cerca de 40% de turistas da área metropolitana de Lisboa, referindo que os visitantes procuram destinos diferenciados. O responsável pela ERTAR referiu estar também a trabalhar nos caminhos de peregrinação de Fátima e no percurso de turismo e natureza ligados ao rio Tejo. Sobre o concelho do Cartaxo, Ceia da Silva referiu a O MIRANTE que há potencial no enoturismo e no turismo de natureza, equestre e náutico, com destaque para Valada.
O presidente do município do Cartaxo acrescentou ainda que, “sendo o vinho o maior embaixador do concelho”, o projecto “Cartaxo Capital do Vinho” será retomado “noutros moldes”, embora não os tenha especificado. O autarca disse também que estas reuniões com as entidades turísticas continuarão no concelho do Cartaxo.
O programa “Conhecer para Agir 2” tem ainda por objectivo conhecer de perto a realidade do território, com a visita a alojamentos e a locais de interesse e ainda para experienciar algumas das animações turísticas de empresas ligadas ao sector. Ao longo do dia no Cartaxo, Ceia da Silva inteirou-se com Pedro Ribeiro da oferta turística do município. A comitiva passou pela Quinta da Broeira, pelas coudelarias Quinta das Varandas e Luís Bastos, pela Sociedade Agrícola Casal do Conde e pela Quinta das Palmeiras, e ainda por um restaurante local e pela freguesia de Valada.