A falta de água é preocupante mas outras questões, talvez mais graves, se levantam. Como se sabe num ruptura entram sedimentos nas condutas. Será que o CNEMA fez uma purga ao sistema? Será que foi feita uma desinfecção da água com os parâmetros correctos, definidos pela Organização Mundial de Saúde? A autoridade de saúde acompanha a qualidade da água servida no centro nos grandes eventos ou limita-se a olhar para os relatórios de análises que a gestão do parque lhe envia? Ou a água que foi servida após as rupturas levava sedimentos com resíduos de bosta de animais e urina?
Está em causa a saúde pública mas quem gere o CNEMA continua na sua atitude “normal” de quem se acha acima de todos e sobretudo de quem ignora as pessoas, só porque eles é que são donos daquilo tudo à conta também dos contribuintes. No meio disto tudo não deixa de espantar a atitude diletante do senhor presidente da câmara, que parece estar mais entretido com brincadeiras autárquicas do que com o verdadeiro interesse e defesa da população e imagem da cidade.
Miguel Bento

A administração do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) deve repensar a sua posição de não se ligar à rede pública de água que no caso de Santarém é gerida pela empresa Águas de Santarém.
Por lei a ligação é obrigatória mas pelo que sei há uma distância mínima e o CNEMA defende a sua posição com o argumento que está mais distante no acesso mais próximo à rede do que aquilo que a lei prevê.
Independentemente da argumentação que se for para os tribunais vai andar a arrastar-se por lá demasiado tempo, os responsáveis pelas feiras têm que ter em conta a comodidade dos visitantes.
Fazer a ligação à rede e manter a captação própria para regas e limpezas, por exemplo, seria vantajoso. além de que a água, se fosse devidamente controlada, poderia ser usada para consumo em caso de ruptura no sistema público. Lamento que seja assim mas para além da água faltou também, ao longo destes anos, o bom senso.
Adelina Camacho