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Câmara de Abrantes cedeu nas negociações com grupo hoteleiro em nome da economia local

Câmara de Abrantes cedeu nas negociações com grupo hoteleiro em nome da economia local

Gestor do grupo Luna Hotels esclareceu dúvidas na assembleia municipal. Município vendeu terreno das antigas piscinas municipais, adjacente ao Hotel Turismo, por um valor irrisório face à avaliação existente, mas a intenção inicial era só arrendá-lo. Empresa que vai explorar o hotel pretende reactivar as piscinas e abri-las à população.

A Câmara de Abrantes apenas pretendia alugar ao grupo Luna Hotels & Resorts o terreno das antigas piscinas municipais, avaliado em 720 mil euros, mas acabou por o vender a essa empresa por uns módicos 5.856 euros. Recorde-se que o grupo Luna Hotels é a entidade a quem, em 2015, foi atribuída a exploração do Hotel Turismo da cidade, que se situa junto às antigas piscinas e que deve reabrir até final de 2016.
Apesar de à primeira vista a compra das antigas piscinas parecer um bom negócio para a empresa que vai explorar o Hotel de Turismo, um responsável do grupo Luna Hotels referiu na última sessão da Assembleia Municipal de Abrantes que as negociações com o município “foram duras”. José Santos explicou porque não aceitou a proposta de aluguer feita pela presidente da câmara: “Quem me garante a mim que depois de comprar o hotel, a câmara me vende o espaço”. E reforçou que o Hotel Turismo só tem interesse “se tiver aquele espaço para complementar o serviço”, garantindo que as antigas piscinas vão ser recuperadas e abertas à população.
A intervenção do novo gestor do Hotel Turismo, que esteve presente na última sessão da Assembleia Municipal de Abrantes a convite da presidente da câmara, Maria do Céu Albuquerque (PS), deixou assim também a indicação que o grupo Luna Hotels pondera comprar o Hotel Turismo, propriedade da empresa com capitais públicos Turismo Fundos.
Uma possibilidade que é vista com desconfiança por alguns sectores, devido ao historial da empresa em Abrantes. Refira-se que, em Agosto de 2007, o grupo Luna Hotels anunciou a intenção de investir 10 milhões de euros em Abrantes com a construção de um hotel de quatro estrelas em Abrantes, unidade que deveria entrar em funcionamento em 2010.
Na sequência desse interesse, a câmara e a assembleia municipal aprovaram a venda do terreno do antigo campo de futebol do Barro Vermelho para construção da unidade hoteleira, ao preço simbólico de 1,25 euros o metro quadrado, o mesmo que era pedido a quem se quisesse instalar na zona industrial. Só que o projecto nunca saiu do papel.
O terreno do Barro Vermelho acabou entretanto por reverter novamente para a posse da autarquia, que teve de devolver o dinheiro recebido pela venda bem como os valores do IMI pagos pela empresa em relação a essa propriedade, num montante global de 41 mil euros. Esse assunto também foi abordado na assembleia municipal, tendo a líder da bancada do PSD, Margarida Togtema, perguntado ao gestor do grupo Luna Hotels por que razão tinha a empresa recusado entregar o terreno do Barro Vermelho obrigando o município a intentar uma acção em tribunal.
José Santos explicou que nunca recusou, “quis foi salvaguardar o investimento feito com algumas contrapartidas”. O empresário diz que gastou mais de 350 mil euros com o projecto do hotel para o terreno do Barro Vermelho que ficou na gaveta.
Em resposta às dúvidas dos eleitos da assembleia, a presidente da câmara reconheceu que as negociações não foram fáceis. “É evidente que também temos as nossas dúvidas e angústias, por isso tentámos negociar até à exaustão todas as condições para o caso de, se as coisas não correrem bem, o património municipal não ficar delapidado. Mas temos que fazer por colocar aquele espaço ao serviço da economia local, é isso que está em causa”, concluiu Maria do Céu Albuquerque.

Câmara de Abrantes cedeu nas negociações com grupo hoteleiro em nome da economia local

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