Alguns moradores da Urbanização Quinta das Fontainhas, em Santarém, estão descontentes com a alteração do nome do bairro, cujas artérias passam a ter vários novos topónimos. Rua Cabo Verde e Rua São Tomé e Príncipe são dois dos nomes de ruas desta urbanização situada na periferia da cidade. Os moradores foram apanhados de surpresa com a alteração de nomes e houve quem sugerisse avançar com um abaixo-assinado mas tal não se concretizou.
João Costa, morador da urbanização há vários anos, não esconde o descontentamento com os novos nomes atribuídos ao bairro onde mora. “Não faz qualquer sentido estes nomes num bairro que só tem uma estrada circular. Concordaria que alterassem o nome para Urbanização das Santas Martas porque sempre foi o nome deste local. A Quinta das Santas Martas ainda existe e ainda cá moram os proprietários e esse seria o nome correcto. Agora estes novos nomes são completamente despropositados”, refere.
Além de João Costa outros residentes consideram não fazer sentido alterar o nome da urbanização. “Como é que alteram o nome das ruas e nem sequer pedem a opinião a quem aqui vive? Agora para mudar a morada em todos os documentos e instituições onde temos a nossa morada vai ser uma confusão. Até para a própria entrega de correio…”, considera outro morador.
O presidente da União de Freguesias garante que os moradores só vão ser obrigados a alterar a morada quando os seus documentos expirarem de validade. “Quando precisarem de fazer as alterações estas são gratuitas, a junta passa um documento em como a morada foi alterada”, explicou Carlos Marçal a O MIRANTE no dia da inauguração oficial das ruas.

Inauguração de cinco novas ruas feita em contra-relógio
A inauguração de cinco ruas no perímetro urbano de Santarém, prevista para a tarde de sábado, 18 de Junho, foi reduzida a apenas um descerrar de placa oficial, numa cerimónia que demorou uns rápidos cinco minutos. A comitiva demorou mais tempo a chegar ao local do que a inaugurar as novas ruas.
A intenção era inaugurar formalmente todas as ruas com novos nomes. As lápides das outras ruas a inaugurar estavam já com a bandeira do município para o efeito. No entanto, uma descoordenação na informação correcta das horas de inauguração levou o embaixador de Angola na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), Luís José Almeida, convidado a estar presente, a atrasar-se à chegada a Santarém.
O embaixador foi recebido pelo presidente da União de Freguesias de Santarém, Carlos Marçal, o presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves, e vice-presidente, Susana Pita Soares, nos paços do concelho. Foi lá, de modo mais privado, que foram feitos os discursos e agradecimentos oficiais.
Segundo o convite enviado pelo gabinete de comunicação da Câmara de Santarém, a primeira rua a inaugurar seria a Rua de Cabo Verde, na urbanização Quinta das Fontainhas. Era lá que algumas pessoas, incluindo o jornalista de O MIRANTE, aguardavam pela chegada da comitiva. Vinte minutos mais tarde, um telefonema informou que seria feita apenas a inauguração formal da Rua Angola, junto à loja Staples.
O embaixador de Angola na CPLP agradeceu o reconhecimento de Santarém pelo seu país e prometeu que a cidade ribatejana não será esquecida pelo país africano. O presidente da união de freguesias, Carlos Marçal, justificou a atribuição dos novos nomes de ruas com o facto de Santarém ter apenas nomes de ruas de dois países da CPLP. A cidade conta agora com a Rua Angola, Rua São Tomé e Príncipe, Rua Cabo Verde, Travessa da Guiné Bissau e Rua Moçambique.