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Nova rede de esgotos para acabar com os maus cheiros em Alcanena

Nova rede de esgotos para acabar com os maus cheiros em Alcanena

Inauguração foi na sexta-feira e é mais um passo importante na luta pela despoluição da bacia do rio Alviela

A Câmara Municipal de Alcanena inaugurou na sexta-feira, 17 de Junho, a nova Rede de Colectores do Sistema de Saneamento. A cerimónia foi realizada na ETAR - Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcanena e contou com a presença do Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins. Fernanda Asseiceira, presidente da Câmara de Alcanena, destacou na cerimónia a importância desta obra que permite que Alcanena seja “um concelho com maior qualidade de vida”, destacou. Durante o discurso, a autarca não esqueceu o falecimento de um funcionário durante a fase final da obras, cujas causas ainda estão por determinar.
Fernanda Asseiceira fez um breve historial do processo que descreveu como um “calvário”. A rede estava completamente colapsada, com colectores rendilhados de tal forma que as águas residuais, parte delas provenientes da indústria de curtumes, não chegavam ao seu destino, infiltrando-se no solo e libertando gases, que provocavam um permanente mau cheiro.
A degradação do Sistema de Saneamento de Alcanena, construído na década de 1980, foi também responsável pela poluição do rio Alviela (que desagua no Tejo já no concelho de Santarém), mas, apesar dos inúmeros compromissos políticos, foi-se arrastando.
O último protocolo, assinado em 2009 envolvendo a câmara municipal, a Associação de Utilizadores do Sistema de Tratamento de Águas Residuais de Alcanena (AUSTRA) - constituída essencialmente por industriais de curtumes e à qual pertence também o município - e o Ministério do Ambiente (através da Agência Portuguesa do Ambiente), acabou por ser revisto em Abril de 2014, de forma a aproveitar ainda o quadro comunitário de apoio em vigor.
A revisão do protocolo e a prioridade dada a esta intervenção na reafectação de verbas do Programa Operacional de Valorização do Território (POVT) foi decidida na sequência de uma reunião com o então ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, que esteve presente na cerimónia, em finais de Fevereiro de 2014.
A obra começou em 2015 através do consórcio Secal - Ecoedifica e terminou dentro dos prazos determinados. Teve um custo total superior a 6,5 milhões de euros e durante um ano foram realizadas intervenções de substituição dos 40 quilómetros de condutas, com separação dos efluentes domésticos dos provenientes das indústrias.
O Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, referiu que esta obra “é um exemplo que gostaria de ver replicado num sector que é prioridade em Portugal”, realçou. Para além do Secretário de Estado do Ambiente, que se atrasou uma hora em relação ao horário previsto, estiveram presentes na cerimónia outras entidades e alguns autarcas da região.
A cerimónia que começou ainda sem a presença do Secretário de Estado, teve início com a apresentação do projecto, através de fotografias e vídeos, pelo seu autor e terminou com o descerrar simbólico da placa de uma obra que não é visível, pois a rede está “enterrada”. Fernanda Asseiceira terminou lembrando: “dantes preocupávamos-mos com o tempo e o mau cheiro, hoje só nos preocupamos com o tempo”, finalizou.

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