O processo de compra, por parte do município de Vila Franca de Xira, de uma parcela de terreno da falida empresa Cimianto em Alhandra, para nele ser construído o novo campo de futebol do Alhandra Sporting Club, voltou à estaca zero. Tudo porque, informa o presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), o administrador de insolvência daquela empresa terá alegadamente recuado no negócio, mesmo depois de ter dado o seu pré-acordo para que este se concretizasse.
Estava prevista, recorde-se, a desafectação de uma faixa de 15 mil metros quadrados, entre a linha férrea e o passeio ribeirinho, que iria custar perto de 165 mil euros. Depois do pré-acordo o administrador de insolvência recuou e a câmara não compreende o sucedido. “Estamos a envidar todos os esforços para que o administrador assuma o compromisso que fez com a câmara. Não fazemos ideia das razões mas o que se coloca agora é dizer que quer um negócio mais abrangente e não apenas aquele terreno”, explicou o autarca na última semana.
Mesquita declara “não compreender a atitude” do responsável, sobretudo depois de já ter sido manifestado esse pré-acordo por escrito. O autarca mostra-se disponível para estudar uma eventual aquisição da totalidade da Cimianto, mas apenas depois de fechado o prometido negócio com a parcela de terreno para o Alhandra Sporting Club.
Um imbróglio que vai fazer arrastar o problema do Campo da Hortinha.
O MIRANTE contactou o administrador de insolvência, Artur Bruno Vicente, para obter mais informações sobre este assunto mas nenhuma resposta nos foi enviada até à data de fecho desta edição. Este jurista, recorde-se, esteve também envolvido na polémica insolvência de outra empresa do concelho, a Transportadora Nacional de Camionagem (TNC), de Alverca.
A compra de uma parte dos terrenos da Cimianto para fazer o novo campo de futebol do Alhandra Sporting Club é um imbróglio antigo. O actual Campo da Hortinha está num terreno que não é do clube, em situação muito precária e sem espaço para crescer. Centenas de crianças praticam ali desporto sem condições, já que o campo é pelado, tem balneários muito velhos e fica inundado sempre que chove.
Em 2013, recorde-se, as instalações da empresa Cimianto foram colocadas à venda por oito milhões de euros mas não apareceu comprador. A Cimianto entrou em insolvência no final de 2011, despedindo os seus 85 trabalhadores. Fundada em Setembro de 1942, foi durante décadas uma das maiores empresas do concelho de Vila Franca de Xira.