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O artesanato como solução para uma vida activa

O artesanato como solução para uma vida activa

Vila Franca de Xira recebeu feira durante a Semana da Cultura Tauromáquica

As bancadas estão montadas desde as nove horas da manhã e apesar de a Feira de Artesanato se realizar na principal praça de Vila Franca de Xira, a Praça Afonso de Albuquerque, as feirantes confessam que se faz pouco negócio rentável mas o convívio acaba por ser positivo.
Também não são muitos os expositores em cena para atrair clientes. A bancada de Olga Coias apresenta telhas com gravuras de arte equestre e paisagens africanas. As gravuras não são pintadas, mas sim coladas. Trata-se de papel de guardanapo, uma arte denominada de decopagem. “Eu não minto a ninguém, digo sempre que é papel colado, mas é um guardanapo muito fininho, frágil e colar dá muito trabalho”, afirma a artesã assegurando que lá por ser papel, é resistente.
Olga está neste ramo há quatro anos. O passatempo surgiu após a morte da mãe. Agora com 66 anos anda de feira em feira a vender artigos que faz em casa. “Costumo ir às feiras aqui do concelho. No ano passado até apareci na televisão quando fizeram a cobertura do Colete Encarnado”, diz.
Na bancada ao lado está também uma feirante que fez negócio com linha e agulha após o falecimento de um familiar. O filho de Ana Isabel partiu cedo, com apenas 36 anos. “O Rogério era músico no Ateneu Vilafranquense, morreu devido a um linfoma. A partir daí senti que tinha de fazer algo para me manter activa”, afirma.
Procura fazer peças relacionadas com as comunidades onde se realizam as feiras. Além de emblemas com a mascote de Vila Franca de Xira, está também uma caneca agarrada com uma carteirinha com um analgésico caso haja “excessos” nos dias do Colete Encarnado.
Contudo diz que o que começou como um passatempo está a tornar-se uma chatice. “Isto não rende o tempo que perco a fazê-los e agora já me encomendaram uma data de produtos. Acabo por estar nisto dia e noite sem descansar”, refere Ana Luísa.
Olinda Mesquita é quem parece estar mais contente com o negócio. Vende peças para bebés, como roupas e bonecos. Trabalhou como secretária e agora, na reforma aos 66 anos, entretém-se a brincar com seda enquanto ganha uns trocos. Mas o olho para o negócio está lá. “Estas peças para bebés não se vendem em todo o lado. É raro ver este tipo de bolsas para chuchas, no fundo o importante é encontrar um nicho”, resume.
O presidente da câmara, Alberto Mesquita, percorreu todas as bancadas presentes, deu dois dedos de conversa aos artesãos, mas acabou por não comprar nada. A iniciativa da câmara inseriu-se na 27ª edição da Semana da Cultura Tauromáquica.

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