Pai obrigado a destruir campa da filha no cemitério de Santarém
Vereador da câmara já veio lamentar a situação criada por funcionária
O vereador da gestão cemiterial da Câmara de Santarém lamenta o episódio em que o pai de uma recém-nascida enterrada no cemitério da cidade teve de partir a campa da filha. Luís Farinha considera que a situação não é normal e compreende que nas alturas em que é necessário fazer o levantamento de um corpo sepultado há mais de cinco anos, como foi o caso, “as pessoas ficam mais vulneráveis”.
A situação ocorreu na quarta-feira, 27 de Julho. Fernando e Célia Ferreira, os pais da bebé, que morreu há 12 anos com quatro dias de vida, tinham falado com a funcionária responsável dos cemitérios, segundo o vereador, tendo manifestado interesse em ficarem “com algumas peças da campa”. No mesmo dia são contactados por outra funcionária do cemitério que lhes disse que tinham de retirar tudo até às 17h00, para no dia seguinte, às 10h00, se fazer o levantamento dos restos mortais. Fernando Ferreira pediu dispensa do restaurante da cidade onde trabalha e às 16h00 foi para o cemitério com uma picareta destruir a campa.
Fernando Ferreira desabafa a
O MIRANTE que foi dos momentos mais difíceis da sua vida. A família não contesta a necessidade de se desocupar a campa, atendendo às limitações de espaço do cemitério mas não se conformam com a forma como o assunto foi tratado. O vereador confirma que a segunda funcionária mandou retirar tudo da campa e que numa situação de vulnerabilidade os pais deram a indicação como válida e acabaram por o fazer, lamentando o facto.
A família tinha sido notificada em Junho para a necessidade de se proceder à retirada dos restos mortais da bebé, tendo pago ao município uma taxa de serviço de cerca de 130 euros. Os pais referem que não lhes foi comunicado que tinham de destruir a campa, para que esta ficasse rasa para se fazer as escavações. Fernanda e Célia decidiram contar o caso para que mais famílias não passem pelo mesmo.