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Na Póvoa de Santa Iria há muitas canas de pesca mas pouco peixe a picar

Na Póvoa de Santa Iria há muitas canas de pesca mas pouco peixe a picar

A história do pescador que fez a sua maior pescaria numa praia de nudismo. No Tejo, na zona da Póvoa de Santa Iria, Fernando Tavares passa horas e horas sem apanhar um peixe. A maior pescaria que fez foi numa praia de nudismo no Algarve. Fisgou dois sargos que nem cabiam na caixa.

A zona ribeirinha do Tejo na Póvoa de Santa Iria é um local onde há quase sempre pescadores a tentarem a sua sorte mas, mesmo tendo em conta que quem pesca tem que ter muita paciência ali é exigida uma super-paciência e redobrado engenho e arte. O peixe raramente morde o anzol e a pesca acaba por servir mais como momento de reflexão e repouso.
O MIRANTE falou com Fernando Tavares, de 72 anos, que estava à pesca. Ficámos a saber que estava a tentar a sua sorte pela terceira vez. Quando o abordámos já ele levava quase sete horas de espera sem qualquer resultado.
“Eu comecei a pescar já tinha quarenta anos. Não me considero um grande especialista mas segundo alguns entendidos com quem conversei durante a manhã, só quando está maré alta é que se apanha qualquer coisa”, explica. Residente da Damaia, de onde é natural, está na Póvoa de Santa Iria porque tem uma filha que reside na cidade.
”Aqui é habitual verem-se muitos pescadores. De vez em quando há um ou outro que apanha alguma coisa. Normalmente são corvinas. O isco usado é o caranguejo mas eu nunca apanhei nenhuma”, confessa.
Como todos os pescadores tem uma aventura para contar. A maior pescaria que fez foi numa praia de nudismo. E segundo ele a história não tem nenhuma parte menos própria. “Foi no Algarve. Apanhei dois sargos que não cabiam na caixa que eu levei”, relata, sem no entanto acrescentar que o isco era alguma minhoca.
Um outro pescador, morador no Sobralinho que está por perto, confirma que é difícil pescar qualquer coisa naquelas margens do rio Tejo. Ainda por cima não há nenhuma praia de nudistas por perto para...dar sorte.
Ainda assim apesar do peixe não morder, estes amadores da pesca afirmam que sempre aproveitam para descontrair e que essa acaba por ser a mais-valia daquele passatempo. “É uma razão para vir apanhar sol, e desfrutar desta vista, que não há noutros lugares”, afirma Fernando, acrescentando que a sensação de pescar um peixe é indescritível.
Os dois netos de Fernando, de seis e dez anos, acompanham o avô na pesca e aproveitam para brincar ao ar livre.
Ainda que o espaço da zona ribeirinha seja aberto a todos o que quiserem lançar o anzol, a pesca acaba por não ser aberta a todas as carteiras. De acordo com os pescadores presentes, uma boa cana de pesca com os devidos acessórios custa mais de 100 euros.
Daí que talvez Fernando Tavares tenha cuidado tão bem da sua. “Esta cana já tem mais de 40 anos, foi comprada na altura que comecei a pescar. Um amigo meu convenceu-me e eu entusiasmei-me de tal forma que nunca mais deixei de pescar”, explica.

Na Póvoa de Santa Iria há muitas canas de pesca mas pouco peixe a picar

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