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De manhã foi sequestrada e à tarde foi ajudar na missa em Samora Correia

De manhã foi sequestrada e à tarde foi ajudar na missa em Samora Correia

Felismina Pederneira foi roubada e depois largada numa vala

Mesmo após ter sido sequestrada e andar três horas para encontrar uma estrada onde pediu socorro, Felismina Pederneira, de 82 anos, fez questão de ir trabalhar na missa em honra a Nossa Senhora de Oliveira, nas festas em Samora Correia, concelho de Benavente, no domingo, 21 de Agosto. Felismina tocou órgão durante a missa das 18h00, uma tarefa que não quis deixar de lado pois era uma obrigação com que se tinha comprometido.
“Fiz o meu trabalho, estive calma como se nada tivesse acontecido. Achei que tinha de dar graças a Deus por ter conseguido chegar onde cheguei e não me terem feito pior. Senti-me bem com a minha consciência em vir à missa porque aquele trabalho estava marcado para mim, por mais justificação que tivesse, se faltasse era pior. Eu sou forte, já organizei as festas com um pé partido”, indica a vítima, reconhecendo que actualmente se sente mais desgastada do que no próprio dia do sequestro.
O crime de que Felismina foi alvo aconteceu na manhã de domingo, perto das 10h00. Ao chegar à porta da entrada do prédio onde habita em Samora Correia, após umas compras na pastelaria, dois homens, de idades entre os 30 e os 40 anos, interpelaram a idosa e meteram-na numa viatura. “Um deles perguntou-me quando era o funeral e onde se iria realizar, eu respondi que naquele dia não estava programado nenhum funeral, nessa altura pegaram em mim, um pelas costas, outro nos pés e enfiaram-me para dentro de um carro, onde estavam mais duas pessoas”, disse Felismina a O MIRANTE. Depois retiraram-lhe todos os pertences e largaram-na num arrozal na Várzea de Samora.
No carro foi mantida no chão dos bancos de trás, onde lhe retiraram um relógio, um fio de ouro, a mala com pertences e comeram os doces que tinha comprado, mas nunca chegaram a agredir a idosa. De acordo com Felismina, após vinte minutos no carro foi retirada à força da viatura e largada numa vala cheia de silvas, tendo ficado com vários hematomas nas pernas. “Eu gritei e pedi socorro mas ninguém ouvia, no carro só diziam para me calar”, lembra a octogenária com ar muito cansado por toda a situação vivida.
Felismina diz que sempre se manteve consciente e que conseguiu arrastar-se para sair da vala. “Eu sou samorense, conheço bem a minha zona, o meu pai era arrozeiro e soube rapidamente de que lado estava a estrada, fui procurar a ponte que liga Benavente a Salvaterra. Demorei três horas a chegar à estrada”, descreve. Foi um casal de Salvaterra de Magos que ia a passar e ajudou a vítima, que ligou ao meu filho, que estava em casa quando foi sequestrada, a contar o que tinha sucedido.

De manhã foi sequestrada e à tarde foi ajudar na missa em Samora Correia

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